Wireless Place

Wireless Place

Um exemplo de novos significados dos lugares com o uso das tecnologias móveis e redes sem fio é a possibilidade de acesso à internet a partir dos lugares públicos. Venho sempre ao parque La Fontaine, no Plateau, em Montreal. Ando de bike e leio. Quanto preciso me conectar tenho que sair do parque e ir a algum café. Hoje achei um ponto de conexão wi-fi aberto (há vários fechados) e estou fazendo esse blog e publicando essa foto daqui (tirei a foto agora com o computador). De todos os lugares do parque, esse passa a ter um novo sentido e voltarei aqui mais vezes (com certeza há outros que descobrirei depois). O parque é um lugar público: pessoas passeando com filhos e cachoros, gente de patins e bike, gente ouvindo música, tomando sol ou lendo. Um território com suas leis, regulamentos e memória. Mas uma outra dimensão junta-se a essa: a informacional – o que venho chamando de “território informacional”. E a seguran?a do lugar me permite usar um laptop sem a menor preocupação. Ou seja, o lugar é uma somatória de diversos territórios e suas funções.

Agora esse lugar tem uma nova função, uma heterotopia de conexão, adicionando à mobilidade física, outra, informacional (posso navega a vontade, blogar, micro-blogar…). Esse lugar agora tem um outro significado pra mim e posso sempre voltar aqui para curtir o parque e, quando não estou lendo, ouvindo música ou vendo as pessoas passearem, me conectar à internet. As redes sem fio e tecnologias móveis de acesso permitem assim, criar novas fun?ões nos lugares, adicionar elementos à memória do lugar e produzir novos significados. Não é um “não-lugar”, não é um “lugar sem sentido”. É o mesmo Parc La ontaine, mudando.

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