Ladroes de Wi-Fi

Esse vem de um comentário do Drummond (obrigado!), no post anterior Silêncio Ativo. O post cita uma matéria da BBC onde um britânico é preso por ‘roubar’ conexão wi-fi. Como contraponto a essa questão podemos ver o projeto Yellow Chair que visa liberar banda larga e deixar que passantes se sentem e naveguem tranquilamente em suas conexões. Também o sistema Fon da espanha potencializa o compartilhamento da conexão…E isso para não citar muito exemplos. Veja o meu ensaio sobre Wi-Fi publicado há alguns anos na revista Play.


yellow chair


Fon

Vejamos trechos da matéria da BBC:

“Um homem britânico foi preso pela acusação de utilizar a internet sem fio de banda larga (wi-fi) do vizinho sem permissão.
Inicialmente o homem foi detido por dois policiais do setor de Apoio à Comunidade, em Chiswick, oeste de Londres, na terça-feira. Os policiais suspeitaram quando viram o homem de 39 anos usar seu laptop em frente a uma casa. Quando interrogado, o homem admitiu que estava usando uma conexão wi-fi sem proteção. Mais tarde ele foi libertado sob fiança. O caso agora está sendo investigado pela unidade de crimes de computadores da Polícia Metropolitana de Londres. “Esta prisão deve funcionar como alerta para pessoas que pensam que é aceitável usar de forma ilegal as conexões de banda larga que pertencem a outra pessoa”, disse o policial Mark Roberts. Segundo a lei britânica o uso de acesso à internet grátis de forma desonesta é crime, segundo uma lei de 2003.

Baixar programas grandes usando uma conexão wi-fi pode prejudicar a velocidade de acesso do verdadeiro dono da conexão ou mesmo o limite de programas a serem baixados, mas um uso normal (checagem de emails, por exemplo) não deve sequer ser notado. A maioria das vítimas não sofreria nenhuma perda neste caso. Em 2002, Matt Jones, o designer original da página em inglês da BBC, criou o “warchalking” com um grupo de amigos. Estes símbolos desenhados com giz (chalk, em inglês) em muros e calçadas mostravam para os entendidos onde estava a internet sem fio de graça. Entre os críticos da prática está a empresa de telecomunicações Nokia, que meses depois afirmou: “Isto é roubo, puro e simples”. A empresa temia que usuários ilegais se juntassem perto de uma rede aberta, diminuindo sua velocidade. E também com as considerações éticas. Mas, o filósofo Julian Baggini, afirma que não estes roubos não são tão graves. “Sou a favor dos ladrões (de internet) neste caso. Se você está fazendo isto sistematicamente (…) isto é imoral. Mas uso ocasional durante uma viagem é um pouco como ler seu livro usando a luz que vem da janela de alguém. É como comer os restos (de comida) deixados por alguém”, afirmou.