Histries de Barcelona

Acabo de descobrir, por intermdio de Loreto Saavedra Snchez (que conheci em 2008 no Media Lab Prado, doutoranda pela Universidade Complutense de Madri e que dever passar um tempo como pesquisadora associada do GPC), o projeto de mapeamento de histrias de uma cidade, Bdebarna. Histries de Barcelona . Aqui os cidados podem escrever livremente sobre sua cidade e deixar suas impresses em um mapa para que outros as conheam e participem por sua vez. Muito interessante os temas, os textos, e toda a experincia de apropriao narrativa da capital da Catalunha. A navegao pode ser por temas, por bairros, por autores, por histrias mais comentadas ou mais lidas. H tambm fotos e vdeos, como os exemplos abaixo.

Vdeo (clique no link para ver no contexto)

Foto (clique no link para ver no contexto)

Abaixo uma descrio do projeto como no site e um comentrio com alguns links.

“Qu s Bdebarna?

“Hace unos aos comenzaron a aparecer unos graffiti misteriosos en los muros de la ciudad nueva de Fez, en Marruecos. Se descubri que los trazaba un vagabundo, un campesino emigrado que no se haba integrado en la vida urbana y que para orientarse deba marcar itinerarios de su propio mapa secreto, superponindolos a la topografa de la ciudad moderna que le era extraa y hostil”. Suicidios ejemplares de Enrique Vila-Matas

A la manera del protagonista de la histria, ens hem proposat de posar al descobert el mapa secret que amaga Barcelona, el que ens fa la ciutat ms habitable i la converteix en quelcom ms que un munt de pedres, formig i carrers.

Us heu enamorat passejant pels carrers del Gtic? Teniu una proposta interessant per al vostre barri i la voleu donar a conixer? heu patit les nefastes conseqncies de l’atac d’un colom a la plaa Catalunya i no sabeu on explicar-ho?

Sou aventurers de l’asfalt, somniadors desbordats d’histries de la ciutat? Voleu expressar-vos amb llibertat sobre tot all que afecta Barcelona?

Us agrada conixer les opinions de la gent? Descobrir ancdotes, idees, retalls d’altres vides? Aquest s el vostre site. Un site per construir i conixer una ciutat diferent. Una ciutat de tothom.”

Como alguns projetos j apontados neste Carnet (MurMur, Hear about Here, Organic City, entre outros), trata-se de novas possibilidades para produo de narrativas de baixo para cima, criando aberruras para se contar histrias, fazer crticas, dar informao, postar fotos ou vdeos sobre um determinado espao urbano e ao mesmo tempo mape-las para que haja um enraizamento locativo da experincia.

Este e outros projetos do gnero indicam a fora locativa da web 2.0. muito bom ler as histrias oficiais das cidades, mas h aqui um frecor, uma apropriao criativa do espao que as narrativas oficiais no produzem e no alcanam. Vemos no exemplo acima histrias contadas por pessoas comuns e por qualquer pessoa que se sinta envolvida com a cidade (no caso a bela e pulsante Barcelona). Esta apropriao narrativa do urbano se d pela indexao geo-espacial seja de histrias de amor, de queixas, de relatos histricos, de fico ou de fatos do quotidiano. Abre-se aqui as vias para uma verdadeira conversao localizada, tpica das funes ps-massivas da Web 2.0, indexada em mapas.
Os mapas aqui podem ser verdadeiramente a expresso do territrio e, talvez, pela primeira vez, a sua representao exata em escala 1×1, o prprio territrio. No seriam os mapas digitais uma performance produtora dos territrios, diferentes dos mapas analgicos, estes meras representaes do espao? A discusso de monta e continuaremos em outro momento (alis j fizemos algumas discusses sobre mapas nesse Carnet: aqui, aqui e aqui, algumas delas). Bom, sobre esse tema e hiptese, sugiro a leitura do texto “Locative Media and Spatial Narrative” de Martin Rieser e, principalmente do “The Territory is the Map – Space in the Age of Digital Navigation” de Valrie November, Eduardo Camacho-Hbner e Bruno Latour onde esta tese est mais explcita. Neste ltimo podemos ler:

“We want to show here, thanks to the fecund interface of three fields, science studies, risk geography and knowledge management,4 that the lack of understanding of this relationship between map, territory and risks is an unfortunate consequence of the way the mapping impulse has been interpreted during the modernist period from the 18th to the end of the 20th century (Latour, 1993). So much so, that, as our title indicates, there might be nothing more in the territory than what is in the map. We want to argue that, because of the advent of digital navigation (Cartwright and Hunter, 1999; Fabrikant, 2000), a very different interpretation of the mapping enterprise can be introduced that allows to distinguish in retrospect a mimetic from a navigational use of maps. This distinction, in turn, might help geography to grasp the very idea of risks, and go beyond its divide between physical and human geography as some geographers have already exhorted us to do (Massey 2000, Lane 2001, Thrift 2002, Harrisson et al 2004). We might even in the end overcome the very difference between physical and human geography.”