Livro de estréia da francesa Lolita Pille, nobre do bairro mais chique de Paris, o XVIème, detonando o mundo do consumo, das altas grifes e dos nobres. A decadência da plutocracia. Uma porrada! Vejam esse trecho:
“desenganada antes do tempo, vomito sobre os sentimentos artificiais. O que a gente chama de amor é apenas o álibi consolador da união de um perverso com uma puta, é somente o véu rosado que cobre o rosto assustador da Solidão invencível. Vesti uma carapaça de cinismo, meu coração é castrado, sou a Dependência lastimável, a zombaria do Engodo universal; Eros com uma foice enfiada na sua aljava. Amor, isto é tudo que a gente encontrou para alienar a depressão pós-cópula, para justificar a fornicação para consolidar o orgasmo. Ele é a quintessência do Belo, do Bem, do Verdadeiro, que remodela a sua cara escrota, que sublima a sua existência mesquinha. (Lolita Pille, Hell, pp.81-82, ed. Intrínseca, 2004).
Vale a leitura.