Ferias é tempo de flânerie, ainda mais se ficamos na mesma cidade. Legal poder flânar pela sua própria cidade. Normalmente fazemos isso quando estamos em outras localidades…mas não na nossa…não temos tempo e, como dizem os franceses, ficamos sempre no metro, boulot, dodo (metro, trabalho e cama). Hoje experimentei a flânerie pelos espaços da cidade…e descobri o que ja sabiamos sem saber: na flânerie eu me aposso um pouco das ruas, pessoas, lojas e monumentos…torno o meu trajeto um escrita particular…
Volto pra casa e ouço Yo la Tengo…No caminho de casa leio Cortázar que diz: “quando abrir a porta e assomar à escada, saberei que lá embaixo começa a rua; não a norma já aceita, não as casas já conhecidas, não o hotel em frente; a rua, a floresta viva onde cada instante pode jogar-se em cima de mim como uma magnólia, onde os rostos vão nascer quando eu os olhar, quando avançar mais um pouco…” (História de cronópios e de famas, p.4).
A rua, a alma encantadora das ruas (João do Rio).