Recentemente escrevi um artigo, Nova Esfera Conversacional (ver no link artigos), em que defendo que a conversao, e no a informao centralizada por plos editores, est no bojo do processo comunicacional das novas mdias eletrnicas. Essa uma das caractersticas das mdias de funo ps-massiva e podem ampliar formas de ao poltica e cidad. Destacava na ocasio:
“A nova esfera conversacional se caracteriza por instrumentos de comunicao que desempenham funes ps-massivas (liberao do plo da emisso, conexo mundial, distribuio livre e produo de contedo sem ter que pedir concesso ao Estado), de ordem mais comunicacional do que informacional (mais prxima do ‘mundo da vida’ do que do ‘sistema’), alicerada na troca livre de informao, na produo e distribuio de contedos diversos, instituindo uma conversao que, mesmo sendo planetria, refora dimenses locais. As tecnologias da comunicao e da interao digitais, e as redes que lhe do vida e suporte, provocam e potencializam a conversao e reconduzem a comunicao para uma dinmica na qual indivduos e instituies podem agir de forma descentralizada, colaborativa e participativa.”
“Pode-se assim, como hiptese, pensar no ciberespao como uma nova esfera pblica de conversao onde o ‘mundo da vida’ amplia o capital social, recriando formas comunitrias, identitrias (pblico), ampliando a participao poltica. A funo conversacional das mdias de funo ps-massiva pode servir como fator privilegiado de resgate da coisa pblica, embora no haja garantias. A participao, a colaborao e a conversao so as bases para uma ao poltica, mas no garantem a sua efetividade. Como na epgrafe deste artigo, importante garantir que haja conversao, que as trocas no sejam apenas um ‘interrogatrio unilateral’, como parece ter sido o caso com as mdias de funo massiva (pensem no jornal televisivo, por exemplo). Como afirma Tarde, a conversao s surge depois de um longo perodo de ‘aguamento dos espritos’. O desafio fazer com que o ‘aguamento dos espritos’, que parece estar em expanso com as mdias de funes ps-massivas, possa criar as bases para uma conversao plena e, consequentemente, produzir um reforo da coisa pblica, da opinio e da poltica.”
Hoje, via twitter (via @bodyspacesoc), tenho acesso a esse belo texto”THE POWER OF CONVERSATION“, de Gloria Origgi, filsofa e pesquisadora do CNRS, Institut Nicod, de Paris onde ela sustenta que o que move o trabalho acadmico a conversao. Assim, dedicar tempo (ela comea questionando o tempo que passa respondendo emails) s mdias sociais onlinefaz parte do nosso trabalho, no sendo portanto, apenas a parte “mecnica, burocrtica ou dispersiva”. Concordo plenamente. Sempre penso no uso desse Carnet de Notes ou do Twitter como parte essencial do meu trabalho. Vejamos abaixo alguns trechos do texto de Origgi:
“What is academic work in general, at least in the humanities? One of my mentors once said to me: Being an academic just means being part of a conversation. That’s it. Plato used the dialogue as a form of expression to render in a more vivid way the dialectic process of thinking and constructing knowledge from open verbal confrontation. ”
“Arguing is a basic ingredient of thinking: our way of structuring our thought would have been very different without the powerful tool of verbal exchange. So, let’s acknowledge that the Internet allows us to think and write in a much more natural way than the one imposed by the written culture tradition: the dialogical dimension of our thinking is now enhanced by continuous, liquid exchanges with others.”
” I find that each media produces its wastes: most books are just noise that disappears few months after the first release. I don’t think we should concentrate of the wastes, rather, we should try to make a responsible use of our conversational skills and free ourselves from unreal commitments to accidental formats, such as the book or the academic paper, whose authoritative role depends on the immense role they played in our education.”
Everything dynamic and very positively! :)
Kicker