Mídia Locativa no Arte.Mov

Mídia Locativa no Arte.Mov

Só agora acho tempo para postar fotos e vídeos feitos durante o arte.mov em BH no final de novembro. O evento foi muito bom, com obras interessantes e seminários instigantes. Parabéns ao Bambozzi, Bastos e Minelli. Gostei muito de ter podido acompanhar o jogo pervasivo “Can You See Me Now” do grupo britânico Blast Theory. Interessante a interação dos “runners” com a praça e com seus personagens, principalmente as crianças, muito curiosas. Difícil era explicar aos moleques que os corredores (runners) estavam pegando e não fugindo ;-)) e que o objetivo era “pegar” jogadores on-line, portanto, invisíveis para os que estavam na praça !!! – mix reality no uso do espaço urbano em uma praça popular, comunitária. Territorialidades que compõem esse lugar interagindo com a territorialidade informacional do jogo. Os runners usam palms com conexão 3G, radios e celulares (para a conexão e para as fotos) e um gps tracker. O mapa da praça aparece no palm e os jogadores online como pontos vermelhor na telinha. Quando os runners chegam perto, eles fotografam o local real onde “está” o jogador online que eles sai do jogo.

Vejam os vídeos e as fotos do game


Parafernália do Blast Theory para o CYSMN


Runner do Blast Theory no CYSMN em Santa Tereza, BH


Garotada local atenta ao CYSMN…


Vista da praça em Santa Tereza a partir do QG de onde jogadores online “fugiam” dos runners


CYSMN em BH durante o Arte.Mov 2008


John do Blast Theory explicando o funcionamento dos equipamentos a um runner


Garotos correndo com uma runner do BT.

Ainda no uso do espaço, foi divertida a performance do mexicano Fernando Llanos, descendo de skate pela av. Afonso Pena e, ao mesmo tempo, projetando nos prédios imagens do funk carioca, fazendo da arquitetura uma tela para a sua inscrição eletrônica. Abaixo foto e vídeo com o Llanos em ação.


Fernando Llanos na chegada a praça Sete, BH.


Vista da Av. Afonso Pena em dia “normal”.

E ainda no espaço público, visitei o mercado popular na Av. Afonso Pena em Belo Horizonte no domingo, durante o festival. Uma Radio-Post, mídia locative avant la lettre, produzia espacialização: mediava as relações, ordenava o espaço, produzia comunicação massiva, informando sobre serviços e problemas do lugar. E se fosse com as mídias locativas atuais? Hipoteticamente uma emissão via Bluetooth daria as boas vindas e mostraria, através de vídeo/fotos, a história da feira. GPS poderia para localizar e monitorar movmentos. Mapas mostrariam a posição exata do usuário e o que ele tem como opção (localização das barracas e dos equipamentos urbanos, por exemplo). Informações sobre documentos extraviados poderiam ser enviados via bluetooth. Visitantes poderiam encontrar conhecidos ou trocar informações com sistema de “mobile social networking”. E poderiam ainda “escrever” eletronicamente determinados pontos da feira com impressões (anotações urbanas) via SMS.

Mas, sinceramente, andar sem saber onde está, sem ser bombardiado por informações que te identificam a cada passo, sem saber quem voce vai encontrar, é muito bom. E isso é a feira hoje. É, com certeza, uma maneira de encontrar, ao acaso. Tudo localizar poder ser uma maneira de se perder.


Mercado na Av. Afonso Pena, dos domingos, em BH