Gil, Creative Commons e Iluminismo

Resposta que encaminhei a lista de professores, alunos e funcionários da Facom/UFBa, depois que foi circulado na mesma (por um colega) o texto de Fernando Brandt, intitulado No Baile do Ministro Banda Larga Autor Não Entra, contra o ministro Gil, o Criative Commons e a favor do “iluminismo”(!).

Reproduzo o que enviei por email:

“Desculpem mas não dá para aturar isso.

Não vou defender o Ministro Gil, mas apenas alertar a tamanha bobagem escrita nesse e-mail : quanta desinformação, ignorância e petulância em um artigo só. Não vou nem gastar tempo para comentar essa besteira, mas vou me limitar a chamar a atenção para que os alunos fiquem espertos.

Só posso dizer ao autor e a quem concordar com ele: vai ler o Lessig (o livro está de graça na rede) para saber o que é a “free culture” (que não é roubo, plágio ou aniquilação do autor); vai se informar sobre as patentes da Microsoft contra o
conhecimento comum; vai procurar saber como a internet, que estamos usando agora, só está disponível como um bem da humanidade pelo trabalho cooperativo, compartilhado e livre dos idealizadores; vai se informar melhor sobre o que é o “Creative Commons” para saber que essa licença não quer que as pessoas abdiquem dos seus direitos sobre a obra; vai estudar a dinâmica dos “softwares livres” para saber que o movimento não diz que você não pode ganhar dinheiro com o seu trabalho…ufa! e por aí vai… Quanta desinformação, ideologia obtusa e pensamento rasteiro e conservador.

Não vamos perder tempo com isso.

Quero apenas alertar os alunos que recebem esse péssima informação para tomarem cuidado com o que lêem, ouvem ou acham que sabem sobre esse e outros assuntos. Temos que ter cuidado com o que circulamos por aí. E vejam o paradoxo: esse e-mail circulado até que é bom para fomentar debates, mas com certeza viola o direito do autor, a não ser que o colega professor tenha pedido autorização expressa para o Fernando Brandt – o que duvido, mas posso estar errado, já que fazemos isso diariamente, circulamos e-mails, sem pedir autorização. A cultura e o conhecimento crescem assim, da circulação de bens simbólicos.

Mas vejam, ele, o Brandt, que luta pelo direito autoral de forma rasa e ignorante, e
poderia até vetar esse forward ou cobrar por ele (o que o colocaria no ostracismo já que ninguém pagaria para circular isso), já ganha algo nessa circulação: falamos dele quando nem sabíamos que ainda estava vivo!”

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