Geography and Telecommunications

Geography and Telecommunication

Interessante a anlise de Henry Bakis em “Gographie des Tlcommunications” (Paris, PUF, 1984) em 1984. Com a acelerao, 1984 j pr-histria (estamos no surgimento do Windows, da Web e longe do fenmeno da cibercultura).

Bakis mostra como a geografia s se ocupa muito recentemente dos efeitos das mdias. O primeiro a chamar a ateno foi o gegrafo alemo F. Ratzel, em 1897, em sua “Politische Geographie”, onde ele constata la signification geographique la plus importante de la circulation est la transmission de l’information. No entanto os gegrafos pouco se interessaram pela questo, dando nfase aos transportes, principalmente pela ausncia de impacto das telecomunicaes nas paisagens.

Hoje com a internet e as tecnologias mveis de comunicao, os gegrafos, arquitetos e urbanistas prestam ateno ao fenmeno, e j podemos destacar inmeros estudos nesse campo. No entanto eles s comeam em meados dos anos 1960 e incio dos 1970. Nesse momento as telecomunies comeam a aparecer no nvel da rua (cabines telefnicas, antenas de TV, estaes de rdio, linhas telefnicas areas…).

A transformao dos lugares j comea com as primeiras etapas da revoluo das telecomunicaes no sculo XX. Jornais, antes, e rdio, telefone e TV, depois, sero grandes atores das transformaes sociais e espaciais do sculo XX. O desenvolvimento dos meios de telecomunicao exercem uma influncia marcante no desenvolvimento dos espaos urbanos. Jean Gottmann (The skyscraper amid the sprawl, NY, 1967) por exemplo, mostra como o telefone foi fundamental para criao de grande prdios, para o comrcio e instalao de empresas, para o desenvolvimento dos subrbios e a especializao dos centros urbanos. O mesmo podemos dizer hoje com a internet, os telefones celulares, as redes sem fio…

Como afirma G. Dupuy, la suppression de la barrire de la distance dans la communication n’empche pas le mantien, voire le dveloppment, d’une spatialisation des espaces urbain’. Para Dupuy, o telefone ’une technique uurbaine part entire. Ele no dissolveu a cidade, muito pelo contrrio. Podemos, talvez, pensar o mesmo com as NTIC e, principalmente, com as tecnologias de comunicao mveis, onde a mobilidade no se ope inrcia dos imveis que compem as cidades. Lembremos: cidade so fluxos, lugares eventos em negociao com diversos territrios, hubs e nunca ponto perene de fixao. As mdias de comunicao alteram as paisagens, as ruas e as relaes sociais de forma irreverssvel.

Mostrando-se ctico em relao aos servios oficiais de gesto e com uma viso aguda do que estava por vir, Bakis afirma: Peut-tre l’amnagement le plus spectaculaire et le plus imprvu sera-t-il mplus, non par les services officiels d’amnagement du territoire, mais, de la manire la plus informelle qui soit par l’action d’amateurs d”ordinateurs individuels’, de kits de tlcommunication, par des bricoleurs de la tlmatique. Mais ainda, o que parece ser verdadeiro hoje com redes sociais, blogs, software livres, projetos bottom-up com mdias locativas: l’impact gographique des tlcommunications et de la tlematique pourrait bien tre celui oprer sans grande politique d’amnagement, sans formalisation peut-tre mais non sans efficacit, par des utilisateurs clairs cherchant amliorer leur vie quotidienne, professionnelle ou culturelle.