CarFi, Lugares e Mobilidade

Car Fi,

Sistema quer integrar wi-fi em carros e ônibus. Eles buscam redes e “logam”, em movimento. Mais um exemplo das possibilidades locativas para receber e enviar informação em mobilidade…passando por territórios informacionais e entrando nos fluxos dos lugares. Vejam trechos do post PePWave CarFi e um comentário meu no final:

“The PePWave CarFi solution fills the needs of mobile professionals who need connectivity while in or near their cars. CarFi’s enhanced roaming algorithm makes it ready to enable roadside Wi-Fi connectivity anywhere in a city’s Wi-Fi coverage area. It makes staying connected in your car a comfortable experience. There are many groups of workers who can benefit from mobile Wi-Fi access, however achieving a stable connection with a laptop or PDA can be a frustrating experience. Private companies and individuals like realtors, contractors, salespeople, and other field service employees can now take advantage of high speed data while on the vehicles. PePWave CarFi enhances the productivity of workers by providing a fast and secure Wi-Fi connection in and around a stationary vehicle.”

A mobilidade, antes de apagar os lugares, como escrevi em outro post ontem, criam novas relações com o espaço e com os lugares. Os fluxos comunicacionais alteram as relações espaciais de um bairro, por exempo (Jane Jacobs mostrou isso muito bem ao analisar a Hudson Street em seu classico “Morte e Vida das Grandes Cidades”). Mídias de massa como TV, rádio, jornais, cinema, lugares como praças, monumentos, ruas, avenidas, lojas e meios de trasnporte como carros, aeroportos, estações de trêm, pontos de ônibus, são todas atualizações dos fluxos que perpassam os lugares, criando-os ou reconfigurando-os. Usar um iPod, ou antes os Walkmans, por exemplo, altera as formas de percepção do espaço, dos percursos e dos lugares. Como afirma Orvar Löfgren no livro “Geographies of Communication. The spatial turn in Media Studies” (Falkheimer, Jesper; Jansson, André, eds, Nordicom, Göteborg, 2006, pp. 297-306):

“how did an urban landscape change when it was set to music by Walkman? The ways in which media and movement are mixed also produce certain tempi and rhythms. Biking to school call for an iPod and makes it possible to turn this boring morning commute into a hidden competion, as one student explained: ‘every morning I choose a piece and set the rules – I have to reach school before the song is over…’” (p. 303).

Tenho uma prática parecida quando vou correr, intercalando ritmos – andar (lento) e correr (rápido)- de acordo com o tempo da música que toca no meu iPod. Isso me dá uma outra dinâmica para o exercício, e uma outra forma de percepção do espaço a minha volta, mais lenta, mais rápida, respirando lentamente, respirando de forma ofegante, olhando a minha volta, concentrando nos movimentos do corpo, olhando “para dentro”…

Como, carros wi-fi, ou ônibus wi-fi, alteram a percepção do espaço percorrido ao passarem por territórios informacionais?