Space is the place!

Space is the Place


Foto ontem em uma apropriação criativa do espaço: pintura de um muro em Piatã, Salvador.

Acabo de escrever um artigo sobre “Mídias Locativas no Brasil (em tradução para ser publicado em journal canadense) que reforça o tema central do número 21 da Vodafone | receiver, “Space is the place!”. Realmente os desenvolvimentos das mídias da localização e da mobilidade colocam ênfase nos lugares “do mundo aqui em baixo” e não no mundo virtual do ciberespaço “lá em cima”. Escrevi na introdução do meu artigo:

“O atual estágio do desenvolvimento das tecnologias digitais móveis configura-se como uma nova fase da cibercultura, a da ‘internet das coisas’ (van Kranenburg, 2008). Utilizarei aqui a metáfora do download, ou como diz Russel (1999), da internet ‘pingando’ nas coisas. A antiga discussão sobre a irrealidade ou a constituição de uma mundo a parte com o ciberespaço e a cibercultura parecem estar em questão com a virada espacial que o estudos das mídias locativas trazem para o debate sobre os sentidos da tecnologia na cultura contemporânea.

Interessante notar que as mídias locativas, que colocam ênfase nos lugares, são tecnologias da mobilidade, que utilizam dispositivos (laptops, smartphones, PDA, GPS) e sensores RFID, assegurando a conectividade a partir de redes digitais sem fio (Wi-Fi, Wi-Max, 3G, Bluetooth). Movimentar é ‘des-locar’, mas aqui o deslocamento não significa um apagamento do lugar mas uma possibilidade de criação de novos sentido através de práticas sociais como anotações urbana, games baseados em localização, mobilizações políticas, mapeamento, geotags… Se a mobilidade era um problema na fase do upload (sair do local de trabalho ou da casa, incompatibilidade de equipamentos e redes, falta de serviços de localização), hoje, no download das mídias locativas, mobilidade transforma-se em oportunidade para usos e apropriações do espaço público (Dourish et al, 2007). Paradoxalmente, as mídias da mobilidade são as mídias de localização. O que importa é a dimensão do lugar que, além de suas características física e concretas, ganha uma outra, informacional, como banco de dados disparados para dispositivos apropriados a partir da localização e da movimentação do usuário. O lugar deve ser pensado em sua dimensão física, social, cultural, simbólica, imaginária, mas também informacional.

A discussão sobre espacialidade e mídia não é nova, e é bem conhecida as formas de produção social do espaço pelas mídias de massa (telégrafo, jornais, radio, TV) e interpessoais (correio, telefone). As mídias conformam a percepção do espaço e a própria subjetividade em um jogo de espelhos, mostrando nosso lugar no mundo (em relação a outros lugares no mundo), a nossa identidade (em relação a outras identidades), além de organizar o arranjo espacial da sociedade, das cidades, das instituições. Lugar deve ser entendido como fluxo, evento (Thrift, 1999, Massey, 1997, Shields, 1991), cruzamentos de territorialidades, sempre aberto e sujeito a agenciamentos sociais e midiáticos. Novas mídias produzem novas espacialidades.

A cibercultura traz em seu bojo questões ligadas ao espaço. Muitos afirmam ser ela uma cultura do ciber-espaço. Desde o surgimento da internet, a discussão se pautou no espaço virtual, nas relações nas comunidades virtuais, na virtualização de instituições, na webarte, na educação a distância, no e-commerce, no e-governement e na democracia eletrônica. Numa primeira fase a ênfase é o ‘upload’, entendido como transposição eletrônica de corpos, instituições e informações para um ‘lugar’ fora do ‘mundo real’, o ‘mundo virtual’. Agora, com a internet ‘pingando nas coisas’, o download mostra a ênfase na localização, nas informações ligadas ao ‘mundo real’, ressaltando relações espaciais concretas, nas coisas e objetos, nos lugares públicos e privados. O download do ciberespaço cria sinergias e constitui novas territorialidades ‘no mundo real’. Novas possibilidade emergem para reapropriações e ressignificações dos lugares. A expansão global de serviços e tecnologias baseados em localização cria possibilidades para reconfigurações das experiências no espaço público, tanto comerciais como artísticas e políticas. O lugar não é mais um problema para acesso e trocas de informação no ciberespaço ‘lá em cima’, mas uma oportunidade para rever as coisas ‘aqui em baixo’. (…) “

No número da Receiver, os seguintes textos:

Locative media and the city: from BLVD-urbanism towards MySpace urbanism

Sunday, December 7th, 2008 by Martijn de Waal

MySpace urbanism – first, this refers to the role of social networks, on-line profiles and tracking sites as spaces where we project our identities, through which we connect and which could lead to interaction in the real city. Secondly, the term implies that these media can help us to personalise the city: to focus only on the bits and connections that are of specific interest to us personally, to remake the city in our own image.

The geospatial web – blending physical and virtual spaces

Sunday, November 30th, 2008 by Arno_Scharl

Geobrowsers have a direct impact on the consumption of news media; they change mainstream storytelling conventions and provide new ways of selecting and filtering news stories. Geobrowsers set the stage for the Geospatial Web as a new platform for content production and distribution. With little effort, users can upload geo-tagged stories and photos to central repositories, making them available to a global audience at the touch of a button.

The rise of the sensor citizen – community mapping projects and locative media

Monday, November 24th, 2008 by Anne_Galloway

We often think of mobile technologies simply in terms of their communication capabilities, but their increasing ability to trace our movements and collect information about the spaces through which we pass, can also make it easier for people to keep track of the places and things that matter most to them. Community mapping and sensing projects that use commonly available consumer electronics as environmental measurement devices, enable people to collect and view a wide array of location-based data.

The world as the interface – location data and the mobile web

Monday, November 17th, 2008 by Jon_Follet

There is a world of information that we can’t immediately see in the streets we walk and drive in, and in the buildings in which we work, play, and live. The great potential of the mobile geospatial web is to reveal this hidden world to us, by adding geospatial and timing data to the user experience in an instant. But this immediacy also presents challenges we must weigh carefully, if we are to successfully create geospatial mobile experiences.

Spaces – A short story by Michael DiBernardo

Monday, November 10th, 2008 by Michael DiBernardo

DiBernardo wrote “Spaces” for the “Mobile 2020? competition that accompanied the opening of the Mobile Life Excellence Center in Stockholm, Sweden last year. The story follows a person exploring the physical and social landscape of an unfamiliar city, receiving … well, just read on to find out!

Location has been a long time coming – is it now ready for prime time?

Sunday, November 2nd, 2008 by Andrew Grill

So what is it about location based services or simply “LBS” that gets everyone excited yet fails to deliver on the promise of automatic, always-on, location assisted services and content? In theory, getting the current location of a mobile phone should not be that difficult. TV shows such as CSI and movies like Minority Report reflect an always-on society where information on a person’s whereabouts is instantly available. In practice however, location is a rather complex issue.

Simultaneous environments – social connection and new media

Monday, October 27th, 2008 by Kazys_Varnelis

A century of modernity was undone as fast as it came, as new technologies supported new ways of relating between individuals. Networking is now not just marked by the flow of media from the top down – it is, above all, a vast social phenomenon. This is our world, and it is a radically different place from the condition we once knew as modernity (or postmodernity for that matter).

A digital geography manifesto

Monday, October 20th, 2008 by Jonathan_Raper

What should you write on an academic blog? If news, trivia, detail and narcissism are all out, then what’s left? When I started my blog “The Digital Geographer”, I decided to sidestep these sins by writing a manifesto on the challenges we faced in designing and implementing a new generation of mobile applications, that will bring the power of location technology to mobile devices everywhere. And since my old history teacher always said there were ten points on any given subject, it has ten points.

Creating maps for everyone and network effects for the data driving them

Monday, October 13th, 2008 by Sean_Gorman

Mapping was once the domain of professionals. Cartographers and geo-scientists trained in universities for several years to learn the best techniques for accurately displaying data on maps. The public often saw the end product of the map creation process, but was largely limited to scribbling on paper when it came to creating maps of its own. Beginning in 2005, this paradigm turned upside down. The last three years have fundamentally changed the way people understand their location and geography.

Art feature – Tag galaxy

Monday, October 13th, 2008 by Steven_Wood

With the creation of Tag Galaxy, Steven Wood wanted to explore the way that people use tags and the connections that become visible when this usage is viewed on a large scale. Tag Galaxy lets you browse photos intuitively via virtual planetary systems representing related tags. The application itself does not know of any logical connection between the concepts described by the tags, but as it observes the literally billions of photos which have been tagged by the users of the photo sharing site Flickr, their choices become apparent and a certain level of collective intelligence is achieved.