“O tempo é um problema para nós, um terrível e exigente problema, talvez o mais vital da metafísica; a eternidade, um jogo ou uma fatigada esperança. … Invertendo o método de Plotino, começarei por lembrar as obscuridades inerentes ao tempo: mistério metafísico, natural, que deve preceder a eternidade, filha dos homens. Uma das obscuridades, não a mais árdua nem a mais bela, é a que nos impede de precisar a direção do tempo. Que flui do passado para o futuro é a crença comum, mas não mais ilógica é a contrária, aquela que Miguel de Unamuno gravou em verso espanhol:
‘Noturno, o rio das horas flui
de seu manancial, que é o amanhã
eterno’…”

Borges