The End of an Era

Fim de uma Era!

Pensem nisso.

1. Esta semana os EUA desligaram a TV analógica, selando o fim de uma era e a hegemonia da convergência digital.

2. Nas eleições do Irã, após denúncias de fraude, o governo fechou acesso ao Facebbok, BBC, YouTube e blogs, mas esqueceram o Twitter.

Resultado:

” (…) They forgot about Twitter, and rebellious Iranian students have since been using that site to talk with one another, organize protests, and spread descriptions and images of what is really going on inside Iran throughout the world. (…) An editorial posted on Al-Jazeera, written by a young Iranian woman who supports Mousavi, described the activism of the youth and social elite:”They are also taking advantage of new media, such as Facebook and Twitter, to spread their message and bolster their cause with downloadable brochures, slideshows and video clips. Chain emailing and text messaging of satiric anti-Ahmadinejad jokes is another successful effort they have pioneered; it is not uncommon to receive up to 10 new quips a day… Not permitted the option of ads on state-run television and radio, this tech-savvy youth base has, instead, unleashed a creative street-and-cyberspace campaign that is gaining momentum day by day. Andrew Sullivan has collected mountains of information and photos from Iran simply through Twitter. “It reveals in Iran what the Obama campaign revealed in the United States. You cannot stop people any longer,” he says. “You cannot control them any longer. They can bypass your established media; they can broadcast to one another; they can organize as never before.” In fact, one popular category on Twitter at the moment – #CNNFail – is dedicated to begging Western news outlets like CNN to give more coverage to the events evolving in Tehran. While we wait to see what will happen next in Iran, sites like Facebook and Twitter, along with their young and tech-savvy users, are redefining the word revolution.” (…) Andrew Sullivan has collected mountains of information and photos from Iran simply through Twitter. “It reveals in Iran what the Obama campaign revealed in the United States. You cannot stop people any longer,” he says. “You cannot control them any longer. They can bypass your established media; they can broadcast to one another; they can organize as never before.” In fact, one popular category on Twitter at the moment – #CNNFail – is dedicated to begging Western news outlets like CNN to give more coverage to the events evolving in Tehran. While we wait to see what will happen next in Iran, sites like Facebook and Twitter, along with their young and tech-savvy users, are redefining the word revolution.”

3. Agora, no Brasil, está caindo, decisão em andamento neste momento, mas dada como certa, a obrigatoriedade de diploma de jornalista no Brasil. Isso não significa que “qualquer um” seja jornalista, mas revela efetivamente uma nova era, e vai fazer com que a formação e a postura das midias e dos profissionais mude também.

O fim da TV analógica no EUA, a emergência de um microblog banal, criado para que as pessoas digam o que “estão fazendo agora”, sendo usado no Irã para combater supostas irregularidade nas eleições em um país totalitário, e o fim da exigência de um diploma para que se possa se exercer a profissão de jornalista no Brasil (aquele profissional que tem como métier disseminar informação e analisar fatos relevantes da atualidade) mostram a emergência do que tenho chamado de era pós-massiva. Efetivamente, trata-se de um sintoma da crise comunicacional planetária, abrindo inúmeras possibilidades para se questionar dogmas, certezas, formações profissionais, reservas de mercado, regimes totalitários. Emerge aqui uma nova cultura das mídias agora realmente sociais, trazendo a conversação, outrora obnubliada e desistimulada pelos meios massivos informacionais, à tona.

“O que vc está fazendo agora” parace ser a máxima da época. Importa o que todos fazem, importa as vozes em conversação. importa as ações colaborativas e politicas de baixo para cima. O que você, pessoa comum, fora dos centros de controle, dos círculos de poder e do controle editorial da informação, “está fazendo agora” nunca foi tão importante. Dizendo isto, você pode emitir livremente, conectar-se a outros e reconfigurar o mundo a sua volta. Os exemplos acima mostram que o fim de uma era está em andamento.

E você, o que está fazendo agora?

6 Replies to “The End of an Era”

  1. No final do meu curso, o que estou fazendo agora é tentar absorver as consequências imediatas dessa decisão na minha vida de quase-jornalista… Falta só um semestre, e se o medo do pós-faculdade já existia, agora tomou outras proporções, talvez pelo desconhecido, talvez pelo otimismo ceifado antes que cause decepções (mais!).

    Acho que resta esperar… esperar o tempo me dar respostas e possibilidades de tomar alguma atitude que ajude nessa luta que também é minha.

    Beijos!

  2. Com relação ao jornalismo, não acredito que estamos presenciando uma nova era para a profissão e que o fim da exigência do diploma irá acarretar mudanças na postura das mídias e dos profissionais que fazem o jornalismo. Há um bom tempo que não é exigido o diploma de jornalismo para se exercer a profissão no Brasil, com exceção dos cargos públicos. Fora isto, sempre teve profissionais de outras áreas atuando na área. De acordo com o que as empresas de comunicação estão declarando, o diploma de jornalismo continuará sendo exigido na maioria das contratações para o cargo, como sempre foi. E por mais que possa trazer algumas incertezas com relação ao futuro, principalmente aos mais novos e aspirantes ao jornalismo – eu me enquadro aqui, também -, a medida do STF me parece muito mais ato de politicagem do que algo que possamos chamar de uma nova era para a profissão e para os jornalistas. A nova era que eu acredito estarmos presenciando, assim como colocado no texto, é a das novas formas e mecanismos de comunicação que, atualmente, vem provocando uma adaptação do jornalismo a essa nova realidade. Com relação à profissão de jornalista, especialmente no Brasil, esta questão do diploma nunca foi seguida como uma lei pétrea.
    No mais, gostei do texto.

    Abraços,
    Egideilson.

  3. olá professor.

    primeiramente gostaria de parabenizá-lo por esse espaço muito rico de informações – dentro do campo que o senhor se propõe a pesquisar. sempre que posso passo por aqui e leio os textos.

    gostaria de contribuir para a discussão:

    sobre o irã, envio algumas análises BEM diferentes das feitas pela maioria dos orgãos de imprensa/agências OCIDENTAIS (pró israel/EUA) para quem a presença do atual presidente é um estorvo ( quem acompanha os processos geopolíticos do oriente médio com atenção sabe dos interesses dos eua por lá – o irã é um dos maiores produtores de petroleo do mundo, e esse atual presidente é contra os EUA). pode até parecer teoria da conspiração, mas eu não duvido nada do que a CIA fez, faz e fará para colocar os interesses do "mundo livre", do "livre comércio" ocidental acima de tudo.

    se puder dê uma olhadinha nos textos – tem informações relacionadas ao uso do twitter e do sms nas reportagens:

    http://www.voltairenet.org/article160701.html

    http://www.voltairenet.org/article160700.html

    http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=542ASP016

    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/ira-outra-revolucao-orquestrada-pelos-eua/

    http://www.amalgama.blog.br/06/2009/a-reeleicao-de-ahmadinejad-e-a-hipocrisia-de-israel/

    grande abraxxxxxxxxxxxx

    roquinho

    somdoroque@gmail.com

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