No Centro Cultural Borges ouve-se “the scientist” de Cold Play. Labirintos de ruas e passantes no fluxo movente do quotidiano…Pela janela, na encruzilhada da San Martin com Viamonte, no centro de Buenos Aires, suspende-se tudo. Ritos de sociabilidade corporificam-se entre ruídos, angústias, pactos de condutas e regras de trânsito, fazendo desse espaço público um mapa simbólico, um território de controle entre o indivíduo, o público e a massa…Um mapeamento da vida que passa pela duraçao dos instantes vitais, tao grande mapa que iguala o tamanho do próprio espaço…como no conto de Borges, mapa e território confundem-se. Diante dos olhos formam-se territórios sensíveis que nao sao controlados por ninguém, mas que controlam e vigiam todos, indiferentes (e salvos) que sao a toda e qualquer forma de vigilância. E em frente, pela janela esquerda da mesa de café, vê-se uma “ave maria” escrita na igreja da San Martin, tentando sacralizar o jogo profano da metrópole. Muito frio e bons ares de café que espantam a tristeza do mundo.