Time Out of Place
Interessante trabalho mostrando lugares como fluxos. Escrevemos algo próximo em post anterior que reproduzo trechos aqui:
“…Os ‘lugares’ só existem justamente nesse movimento de fluxos, e isso sempre aconteceu com todos os lugares. (…) Os lugares são espaço de sentido, formado por diversas tensões e linhas de fluxo que os compõem.
Vejam por exemplo os bairros do Rio Vermelho em Salvador, de Copacabana no Rio de Janeiro, ou da Vila Madalena em São Paulo, apenas para citar o Brasil. Eles não são lugares estáticos, de vínculo enraizado de uma comunidades, mas, pelo contrário, ganham o status de ‘lugar’ justamente por serem formados por uma miríade de tensões, fluxos, comunicação, entrecruzamentos corporais, sonoros, visuais, étnicos, sexuais que, embora sejam fluxo diversos, criam efetivamente a idéia de um lugar. Embora fluxo, Copacabana, Rio vermelho e Vila Madalena são lugares.
(…) Os lugares (e diria mesmo todos, não só os atuais) nunca estão finalizados, acabados, ‘pausados’ como diria Tuan, mas estão sempre na tensão entre ‘virtualização’, a fuga, o movimento, o fluxo, e atualização, a territorialização. Ele é sempre um resultado de mobilidades. O lugar não é a fixação do movimento mas uma atualização temporária de uma virtualidade infindável que o transforma e o caracteriza como “evento” (Escobar, Massey, Thrift) e não em ‘ponto’. (…)
O projeto Time Out of Place, de Ruth Jarman e Joe Gerhard (Semicondutor), mostra bem esse fluxo no e pelos luagres, constituindo-os:
“The Kings Cross area in London is rapidly transforming, creating a city in flux. Semiconductor have captured this moment in human history by documenting the day to day happenings in a short moving image work. The linear nature of time makes us have a very fixed experience of it; constantly stuck in the present. To break free from these constraints Semiconductor have devised a process where by we see the past present and future simultaneously. This act of seeing time reveals a different visual landscape then we are custom to; as multiple patterns of motion emerge to reveal a new rhythm to the city. Bearing witness to these events we perceive a place in transition, beyond our everyday experiences.” (Via Networked Performance)