Novo artigo

Novo artigo publicado. “Formatação, visibilidade e exclusão de pessoas trans* no Tinder” se encontra publicado na Revista FAMECOS. Acesso aqui!

Resumo

Para criar um perfil no aplicativo de relacionamento Tinder, deve-se inserir nome, idade e informar a autoidentificação de gênero e orientação sexual. Esses dados (recursos mandatórios para a construção da identidade algorítmica do usuário) podem ser anonimizados nas informações do perfil. Ao mesmo tempo que aplicativos para encontros majoritariamente heterossexuais passaram a se adequar, oferecendo novas formas de identificação de gênero nesses formulários, pessoas trans* continuaram sendo potenciais alvos da combinação entre misoginia e transfobia, vítimas da aplicação injusta ou descontextualizada de regras, termos de serviços e códigos de conduta. Formulários são instrumentos de formatação da informação, produzindo o que Koopman (2019) chama de “infopoder” e que cria uma “pessoa informacional”. Esse artigo investiga o formulário de entrada do Tinder analisando o infopoder que se estabelece pela formatação dessa pessoa. Conclui-se que, ao obrigar a identificação, os formulários produzem um regime de visibilidade próprio que incide na exclusão de pessoas transgênero. É essa obrigação, esse infopoder, que produz a formatação da pessoa informacional visível (como “trans*”, no caso analisado). Isso gera perturbação, ampliando formas de denúncia, podendo chegar ao banimento, também administrado por outro formulário. O problema não é mais o da invisibilidade, mas o da visibilidade formatada no infopoder.