Mapa de Mão
Interessante exposição, “Maps. Finding Our Place in the World”, no Field Museum“, em Chicago. Post do Jornalismo & Internet (obrigado Marcos) mostra que mapas eram impressos em luvas para permitir localização da Exposição Mundial de 1951 em Londres. Como mostra o post:
“Você acha que é uma grande novidade o fato de que através de um telefone celular e Google Maps qualquer localização possa ser colocada na palma de sua mão? Pois saiba que, muito antes do Google e da Internet, mapas já eram colocados na “palma da mão” de suas usuárias, literalmente.
Para a Exposição Mundial de 1851, em Londres, George Shove concebeu esse mapa gravado em luvas de couro femininas, ensinando como chegar ao local da exposição.(…)”
Aqui voces podem ver a exposição “Maps” online e exemplos de mapas da antiguidade até os nossos dias. É possível realizar explorações interativas no site. Trechos da introdução do site:
“From clay tablets to sea charts, from satellite navigation systems to sketches of worlds real and imagined—maps are much more than wayfinding. Travel through landscapes of time and space, science and imagination, in a rare exhibition of more than 100 of the world’s greatest maps. Explore high-tech interactive displays, and see original works by Ptolemy, Leonardo da Vinci, J.R.R. Tolkien, and many others. You’ll learn how early maps were made, see how the technology changed over centuries, and discover the latest advances in digital map-making.
In creating Maps: Finding Our Place in the World, The Field Museum has partnered with The Newberry Library, a world-renowned independent research library. The Newberry’s extensive holdings include rare books, manuscripts, and 500,000 historic maps, making it a foremost authority on the history of cartography. In addition to this once-in-a-lifetime exhibition, The Field Museum and The Newberry Library have joined together”.
Estou lendo dois livro muito interessante sobre o assunto, “Else/Where: Mapping New Cartographies of Networks and Territories” (Janet Abrams e Peter Hall, orgs, University of Minnesota Press, 2006), e “The Mapmakers” de John Noble Wilford (NY, Alfred A. Knopf, 2000). Sugiro as leituras dos livros aos que têm interesse na relação mapas e novas tecnologias digitais.
Atualmente os mapas passam a ser ferramentas manuseadas por qualquer um, dando assim um instrumental interessante de conquista do espaço quotidiano (gps, google earth, maps, etc). O que me parece importante destacar aqui são os sistemas atuais onde qualquer usuário pode criar mapas, estabelecendo novas significações dos lugares, novas formas de leitura e escrita do espaço, longe de uma pretensa desconexão do espaço de lugar pelo espaço de fluxo, o ciberespaço. Como afirma J.B. Harley citado na apresentação do livro, mapas são construções sociais do mundo, “far from holding up a simple mirror of nature that is true or false, maps redescribe the world – like any other document – in terms of relations of power and of cultural practices preferences, and priorities”.
O uso de mapas e processos de mapeamentos hoje, com as novas tecnologias digitais, como temos afirmado nesse Carnet, são sem precedentes desde o Renascimento, de acordo com John Noble Wilford em seu livro “The Mapmakers”. O que conta para essa popularização são alguns fatores como o uso dos GIS, GPS embarcados em celulares, computadores e carros, sites como Flickr (geotags), Google Maps, Google Earth, entre outros. Essas tecnologias e sites popularizaram mapas e processos de mapeamento, podendo agora estarem ao alcance de qualquer pessoas e não apenas de pessoas treinadas para fazer mapas. Graças a essas ferramentas da “Web 2.0” e às mídias locativas, os mapas e os processos de significação aí acoplados estão ao alcance de todos.