Location Location
Na última Compós, usei a metáfora do “download” e do “upload” de informação para o ciberespaço para mostrar que na fase do upload, a internet como conhecíamos, o que importa é a “Matrix” lá em cima e que, na atual fase do download, o que vale é a informação aqui embaixo, localizada, locativa, nas coisas e objetos.
Vejam o que escrevia no artigo apresentado:
“A cibercultura, desde sempre, trouxe em seus primórdios questões ligadas ao espaço, a ponto de muitos autores a considerarem como a cultura do ciber-espaço, do espaço eletrônico. Desde o surgimento da internet, a discussão se pautou no espaço virtual, nas relações nas comunidades virtuais, na virtualização das instituições, na webarte, na educação a distância, no e-commerce, no e-governement e na democracia eletrônica, no web jornalismo, ou seja, na “desmaterialização” da cultura e na sua “subida” ao ciberespaço. Na primeira fase, a ênfase é o upload de informação para esse espaço eletrônico, entendido aqui como a transposição de coisas (relações sociais, instituições, processos e informações) para o ciberespaço fora do “mundo real”. Esta concepção, embora exagerada e incorreta (não há nada fora do “mundo real”), tornou-se hegemônica a ponto de autores afirmarem a morte da geografia, o fim das relações face a face, do corpo, da sala de aula, dos livros e jornais impressos…, em suma, a “virtualização” do mundo fora do lugar. Se essa posição já era difícil de sustentar com o upload de informações (e a questionamos em Lemos, 2002/2004), agora ela parace ter sido completamente soterrada.”
Agora artigo da WIred, Dual Perspectives Article, mostra exatamente a mesma coisa. Vejam alguns trechos que comprovam a minha tese:
“Yet this new class of information tool violates everything we normally think about the internet. The whole reason the web revolutionized the world was that it rendered geography irrelevant. People connected worldwide based not on location but on their common interests: Model-train collectors and free-speech activists and Britney Spears fans could swarm onto the discussion boards and blogs, from Chicago to Tehran. By severing the link between
location and geography, the internet turned everything upside down.
Now mobile phones are inverting everything again, in the other direction — because your location becomes most important thing about you. So how is the return of geography going to change our lives?
The near-term effects are obvious: We’re using it as a sort of radar for our social lives and Yellow-Pages needs. The first round of geo-aware phone apps has consisted mostly of ‘listings” services and tools for tracking your posse.'”
(…)
“What’s the next? It’s probably ‘tagging:” Writing up notes, implanted in space, that describe something interesting about a particular location. Some apps already offer crude versions of this: With Socialight or Brightkite or Graffito, people can pick a spot on the map – using their phone or browser – and post a note that others will see when they’re nearby.
These markups are still pretty sparse, but they’re intriguing: When I wander through midtown Manhattan, I find it’s an odd mix of the utilitarian – notes warning me that a bar has awful service, or recommending an awesome music store -and grippingly personal: a dispatch describing where somebody had a breakup and what it was like.”