GPS, Google Phone e GeoWeb
Os boatos continuam sobre o telefone celular da Google, cuja característica maior seria, segudo o post Google Phone with GPS, a localização e o mapeamento do usuário por satélite. Segundo o post, “The specs Google has come up with suggests that manufacturers include digital camera, built-in Wi-Fi, support 3G, and include GPS. If you’ve been following my commentary you’ll know that location-based services are key to Google’s revenue growth by earning higher CPMs. I don’t think they’d consider a phone without GPS”.
Isso remete à discussão que estamos travando nesse blog e em alguns artigos sobre as mídias locativas e as práticas de mobilidade contemporâneas mesclando territorializações e desterritorializações por territórios informacionais.
O post do Pasta&Vinegar destaca uma matéria do último encarte de tecnologia da The Economist sobre esse fenômeno, ressaltando os processos territorializantes como anotações a localizações e socialização dessas anotações, assim como monitoramento de percursos onde “o mapa é verdadeiramente um pequeno portal da própria vida”:
“At the same time, the incorporation of satellite-positioning technology into mobile phones and cars could open the floodgates. When it is available, simply moving about one’s neighbourhood can then be tantamount to browsing and generating content without doing anything, as demonstrated by a company called Socialight. Its service lets mobile users attach notes to any location, to be read by others who come along later. Taken further, the result could end up being a sort of extrasensory information awareness, annotation and analysis capability in the real world. “When that happens”, says Mr Jones, “then the map is actually a little portal on to life itself.” The only thing that can hold it back, he believes, is the rate at which society can adapt.”
A disseminação dessas práticas vão necessariamente redefinir o lugar, o espaço, os processos de localização e de espacialização, assim como a identidade já que toda cartografia pode e deve ser pensada como uma prática significante tanto da localização quanto da identidade. A espacialização, ensina Lefebvre, vai além da estática noção de nomear um espaço, já que se trata de uma complexa integração das particularidades físicas e as atividades de um lugar, com as ansiedades, medos, desejos e outros aspectos subjetivos aí envolvidos. Assim, o espaço é sempre social (em oposição à visão apenas matemática do espaço euclidiano) e o espaço está sempre em um constante processo de produção pelas práticas sociais (De Certeau, Lefebvre).
O interesse em estudar mídias locativas, cibercultura, comunicação e processos sociais aliados aos espaços da cidade se situa, justamente, na dinâmica de sua produção social: como as tecnologias digitais móveis agem nesse processo? quais formas de espacialização estão surgindo como mapeamento, localizações, anotações, realidade aumentada…? que formatos e processos midiáticos emergem aí? como essa espacialização se converte em apropriação social do espaço? Tentemos responder essas questões a médio e longo prazo!