Desconectado
“Disconnected”, trabalho da artista Susan Härtig e’ um excelente exemplo do que venho chamando de territorio informacional.
Ela tenta mostrar como as zonas de conexao por redes sem fio (ondas de radio) de celulares, rfid, wi-fi, bluetooth, criam zonas de acesso informacional em territorios (controles de acesso dos fluxos) informacionais cada vez mais ampliados. Todos estamos, querendo ou nao, imersos nesse espectro de ondas de radio quando nos movimentamos no espaco urbano das principais cidades do mundo. O trabalho visa, por oposicao, bloquear o espectro de radio, desconectar as pessoas, impossibilitando o acesso aos territorios informacionais digitais.
A tenda criada por Hartig isola o usuario do territorio informacional ao criar um outro territorio (outra forma de controle) que impede o acesso `a nuvem eletromagnetica. Podemos ver aqui como a questao do territorio e’ complexa e como estamos sempre imersos em diversas camadas territoriais (fisica, cultural, politica, corporal…) que se sobrepoem e que, as vezes, elas podem ser excludentes, como nesse caso. Aqui, o “territorio-tenda” bloqueia o “territorio informacional”. A tenda tambem e’ vista como uma arquitetura nomade, mas na realidade, embora ela seja movel, ela e’ uma estria, uma zona de territorializacao em meio a formas de fluxo desterritorializantes e nomades (Deleuze).
Vejam a esse respeito meus artigos sobre Territorio Informacional e sobre Processos de Desterritorializacao no link artigos desse Carnet. Estou atualmente lancando ideias aqui para aprofundar essa discussao nos proximos escritos, digamos, academicos.
Vejam para detalhes o post do Networked Performance
“Especially in big-city areas, there are hardly any spaces that are not saturated by electromagnetic fields. Several mobile phone and WLAN networks are usually available. The human being is embedded into an invisible telematic network, and thus can itself link at any time with other humans over these available networks. By this data dispersion he/she can be increasingly topographically located… How can one escape the interference in a private space in spite of increasing mobility or create a private retreat place in its environment? Disconnected is a tent that is coated with the fabric called “e-blocker”, which means that it is nearly perfectly shielded against electromagnetic radiation, thus electromagnetic fields. They are caused by high voltage transmission lines, broadcasting stations, mobile radio and applications of radio e.g. WLAN, Blue tooth or RFID. Within the tent neither mobile phones nor WLAN services are available.
By this quality, the tent becomes a “non-space”, a white mark in the telecommunication topography. A detection of individuals who are within the tent is no longer possible. Furthermore, communication with other people can only take place in the interior of the tent and except for acoustic vibrations, words reach neither from the inside outward nor from the outside inward. Thus the tent functions as a shield or third skin that wraps around humans.
A tent is nomad architecture. Because of their light weight, the simplicity in construction and the reduction on the substantial, tents can be shifted again and again to new, just occasional centres of vital interests. It is a flexible architecture that adapts easily to changing life circumstances. Thus it particularly corresponds to our post-industrial nomadism and the demand for more mobility.
The tent is inspired by an “Alachigh” – the tent of the “Shah Savan” – nomad people who live in the northwest of Iran. It is a modified design of a Yurt, but has the advantage of providing the same space with less wood and guarantees a more simple transportation. [via VVORK]”
Muito parecido com aquela idéia do "eletroespaço" que citei na minha dissertação, lembra? Fiz uma comtraposição entre o Ciberespaço (nuvem de bits) e eletroespaço (nuvem de elétrons). Entraria tb nessa categoria (desconectado), os presídios de seguraça máxima que tentam bloquear os sinais de celulares. Mas infelizmente, deixam aberto para outros sinais… não tem jeito