Cultural Sudies in Canada
Estive hoje a tarde na conferência de Imre Szemán, “Between Empire. Cultural Studies in Canada”, promoção do “McGill Intitute for the Study of Canada”. Szeman faz parte da Canadian Association of Cultural Studies, CACS. A conferência foi na bela sala da “Faculty Club” da McGill.
Alguns tópicos da conferência:
– Szemán esboça uma visão geral dos estudos culturais e o lugar do Canada, colocando-o na encruzilhada das influências britânica, americana e francesa, embora a França não utilize esse “label”.
– Toda a sua fala, genérica e sem se deter nos detalhes dos temas caros a esse campo de pesquisa (media, gênero, globalização, corpo…), se baseia no livro que co-edita (com Sourayan Mookerjea e Gail Faurschou) e que deve sair no final de 2008, “Canadian Cultural Studies: A Reader”, Duke Press.
– O livro tem três partes: Origins (McLuhan, Innis, Frye…); Contemporary Studies (Angus, Shields, Mackey, Straw…) e; Government Documents (relatórios governamentais sobre multiculturalismo, arte, bi-linguismo).
– De uma forma geral, as questões que balizam os estudos culturais canadenses estao ligadas à identidade nacional e a busca por uma maior definição (questão que está muito presente no dia a dia como venho constatando na minha experiência aqui), desde o dominio britânico até o multiculturalismo atual que predomina na sociedade canadense (não sem tensões, incoerências, mas sustentado politicamente).
– Para pensar no Canada (no futuro, na sua identidade) o autor afirma que devemos pensar que ele se parece mais com o Brasil do que com os EUA. No meu entender, a comparação é pertinente mais exagerada. Há várias diferenças. Uma delas é o multiulturalismo global. A sociedade canadense é composta, e continua a se constituir por asiáticos, ucranianos, poloneses, gregos, portugueses, latinos… Nós não temos essa cultura cosmopolita que se constitui atualmente aqui, não temos imigrantes atuais e tambem não migramos. Temos uma identidade plural de difícil definição (espanhola-portuguesa – italiana e alemã tb, indigena, africana, mestiça…), mas autóctone. Outra diferença é que não temos a forte influência britânica como aqui, onde a língua, a forma de governo, a influência intelectual são hegemônicas. Além disso não estamos colados nos Eua que consideram o Canadá como um quintal rico.
O evento foi interessante para ter uma visão geral e o livro que vai sair esse ano pode ser um bom termômetro para essa discussão. Os queijos e vinhos do coquetel e o papo depois também colocaram um tempero especial ao evento ;-))