Big Brother na Lama
Mais um dado sobre a ineficiências das câmeras de vigilância, agora não em Londres, mas em Recife. A questão é complicada já que a falácia não se situa na argumentação sobre eficiência ou falta de eficiência, mas sobre princípios nos quais se baseiam essa sociedade do controle. Matéria circulada pelo vigilante Fernando Firmino em matéria do Diário de Pernambuco:
“As câmeras de segurança instaladas na área central do Recife desde fevereiro pela Secretaria de Defesa Social Equipamento instalado na Ponte Duarte Coelho com a Rua do Sol colhe imagens que são vistas na central do Ciods 24 horas por dia.
Jaqueline Maia/DP/DA Press (SDS) flagram uma média de 35 ocorrências por mês. A maioria delas envolvendo tráfico de drogas e furtos, mas apesar da atuação da polícia essa média vem se mantendo ao longo desses oito meses de uso. Uma das principais razões para a estagnação do índice, segundo a própria SDS, é a reincidência dos casos praticados, em geral, por menores. No momento, o questionamento da população é sobre a
finalidade do big brother. Ao todo, funcionam 30 câmeras.
De acordo com o gerente geral do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), coronel Sérgio Viana, os menores apreendidos após a filmagem dos furtos em pouco tempo estão de volta às ruas. ‘A gente faz a apreensão do menor, mas eles sempre voltam’,admitiu Viana. Cada câmera consegue cobrir duas ruas. As imagens captadas nas 60 ruas dos bairros de Santo Antônio, São José e Bairro do Recife são monitoradas 24 horas por uma equipe de seis policiais do Núcleo Integrado de Imagens do Ciods. Em turnos de seis horas.
(…)
O tempo de atuação da polícia é outro agravante. Em cinco minutos a polícia não consegue evitar que o crime ocorra. Esse tempo também é mais do que suficiente para que o criminoso desapareça. ‘Mesmo que a polícia não chegue a tempo de evitar o crime, sabemos que os criminosos retornam ao local e é possível identificá-los’, afirmou o
coronel.
(…) Prisões – Atualmente as imagens captadas chegam a passar dez dias
arquivadas. Depois disso, elas são apagadas. Mesmo com as dificuldades
a SDS tem feito prisões. Embora não existam estatísticas, segundo o
gerente geral do Ciods, na primeira quinzena deste mês foram efetuadas
duas prisões em flagrante, de uma média de 35 ocorrências mensais. Em
uma das abordagens seis pessoas que estavam traficando drogas na Rua
da Moeda foram detidas. (…)”