Depois de alguns dias em Imbassaí, no litoral norte de Salvador, volto à cidade querendo de novo escapar.
Uma maravilha de rio e mar e cujo o meu dilema é o de todo Bartleby, e de todos nós em férias, fazer ou não alguma coisa…
Encontro esse drama no livro do escritor espanhol Enrique Vila Matas, “Bartleby et Compagnie” sobre o tema. O livro é um carnet de notas sobre os escritores negativos da literatura mundial. Muito interessante. Ele diz:
“toute la littérature est la négation d’elle même.”
Em outro registro, em um romance sobre três amigos que passam 3 décadas sem se encontrarem, e que narram as suas aventuras nesse periodo, encontro algo semelhante. A obra é do escritor frances Marc Lambron, “Les Menteurs” (premiado em 2004 e que eu recomendo). Ele diz, respondendo a minha inquietação:
“porquoi lit-on? Sans doute pour élargir sa vision au-délà dela circunstance, entendre la voix de l’autre, éprouver par le plaisir de la langue sa propre humanité”. Ok, é isso mesmo, mas…, mas o drama continua com minha filha me chamando pra ir nadar na piscina…ler ou viver????
Bom…fui pra piscina.
E uma ótima divisa para 2005 do mesmo Marc Lambron em “Les Menteurs”:
“… le bonheur est une décision et la bonne humeur une politesse”.
Vou tentar me lembrar disso durante todo esse ano que começa.