Verdade Científica

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(Foto André Lemos no MAR, evento único)

A verdade científica é aquela que se estabelece por repetição e universalização de um evento. Eventos únicos, singulares e esporádicos, que nunca se repetem e que não são universais, não são científicos. São considerados suspeitos, falsos, ilusórios. No entanto, todo evento é singular, único no espaço-tempo. Só através de uma conjuntura própria, ambientalmente constituída a cada momento, ele pode se repetir. Só há eventos singulares. Se é assim, não podemos tomar a consequência como causa. Não está no universalismo e na repetição a verdade de um evento. Ela está exatemente na sigularidade dos eventos, produzindo o espaço e o tempo, e não nos fenômenos univesais, dentro de um espaco-tempo. A verdade científica (e só é isso, já que o que não se repete e não é universal não é falso!) deve ser vista como a construção de um discurso (bastante útil e funcional, justamente por nos assegurar de algo que vai se repetir), como a inscrição específica de uma prática que, na modenidade, se fez hegemônica. Trata-se de uma ilusão da verdade total inscrita nos mecanismos de uma verdade apenas científica.