Terratives

Terratives

Tenho insistido sobre a noção de território informacional para compreender a ontologia dos lugares na era da computação pervasiva e ubíqua. Vejam meus artigos aqui, aqui e aqui sobre o tema.

Já apontei nesse Carnet para projetos com as “locative media” que criam narrativas ficcionais, tais como os Walking Cinema: Murde on Beacon Hill, The Greatest Neighborhood, Soundwalk, Re:Activism, Historiès de Barcelona, Riot 1831, The 21 Steps, Nomadic Shopping, etc. Acabo de ver mais uma experiência de “Storytelling with Locative Media onde aparece o conceito de “terratives” de Michael Epstein. Mais sobre a temática aqui. Vejam abaixo o que escreve Martijn de Waal:

“Terratives can be lineair experiences – like audiotours, but they can also be more exploratory, including elements of gameplay and competition. Epstein believes that these forms of storytelling can engage audiences more deeply in certain urban issues, creating an experience that links a story with an actual location.

‘[terratives use] public places as stages for dramas and platforms for involving visitors in local issues. In our backyards and in the places we visit, social issues will not be confined to fleeting glimpses from moving vehicles or the city desk in the local paper, but will become readily accessible as a narrative overlay on the maps we constantly consult for driving, dining, and orientation.’ “

(…) In the end, most terratives need good storytelling with an arch that develops but also truly links events to places. A mistake often made is that the terrative becomes too much of museum guide experience, just describing several places in a particular sequence. Or if they are more interactive, they just give out plain assignment without wrapping it up in a story.”

“Terratives” é uma combimação de território e narrativa e pode, mais do que explicitar o uso ficcional das mídias locativas, servir como um guia para compreende-las em sua totalidade. Interessante ver aqui como o termo “terratives” coloca a idéia de território como dimensão essencial e central para a compreensão da atual fase da cibercultura.

Mas também “narrativa”. Podemos dizer que, sob diversos formatos, as mídias locativas propõem narrativas sobre os lugares, novas territorializações, sejam na forma de anotações urbanas, de mapeamentos, de escritas e desenhos com GPS, dos jogos pervasivos, das redes sociais móveis, etc. Lembremos que narrativa é, para Ricoeur, uma forma de agenciamento do espaço e da experiência temporal. Aquilo que articula as ações e eventos da experiência humana é o que ele chama de narrativa. O tempo histórico torna-se humano, diz Ricoeur em Tempo e Narrativa, através do modo narrativo, tornando-se uma condição da existência. A narrativa é um agenciamento humano sobre o espaço e o tempo. Assim devemos também compreender as mídias locativas.

One Reply to “Terratives”

  1. Sem sono…ai tva ovino musga, scutei esa e lembrei q vç falou da infancia entre Irajá e oto lugar q ñ lembro agora…Vamos fugir!Pr'outro lugarBaby!Vamos fugirPr'onde haja um tobogãOnde a gente escorregue…Vamos fugir!Deste lugarBaby!Ah! Vamos fugirTô cansado de esperarQue você me carregue…Pois diga que irá…Irajá, IrajáPrá onde eu só veja vocêVocê veja a mim sóMarajó, MarajóQualquer outro lugar comumOutro lugar qualquer…Agora dse autor fui v sobre o q ele screve, algumas vezes qdo vç fala d um autor ou livro vo v sobre o q ele screve, são coisas dfceis d intender, nem sempre consgo assimilar, mas é legal dscobrir gente dferente e dfcil d ser intendida, v as frases q axei i gostei dele:
    "Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas."
    "Viver é como escrever sem corrigir."
    "A amizade é regida pelo mesmo mecanismo que o amor, é instantânea e absoluta."
    Antonio Lobo Antunes

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