GPS FILM

GPS Films

O projeto GPS Films de Scott Hessels explora a posição do usuário (espectador?) com palms dotados de GPS. Uma nova forma de cinema (?), interativo em relação ao contexto e ao movimento do usuário onde as cenas são enviadas ao dispositivo de acordo com a sua posição e movimentação pelo espaço urbano.

Interessante pensar aqui algumas semelhanças e diferenças. Nos GPS Films, o lugar (o contexto externo) torna-se a chave para o desenvolvimento da experiência cinematográfica. Se o cinema é basicamente o lugar da exibição do filme (o lugar fechado, escuro, silencioso), o teatro; aqui a dimensão local também é o que marca o projeto, sendo, no entanto, uma experiência completamente diferente: uma dimensão de localização dinâmica, ou seja, uma dimensão de localização que reage ao movimento e ao lugar do espectador na cidade. Há também a personalização da visualização da obra, já que cada usuário vê uma parte do filme diferente dos outros espectadores. Podemos dizer que, por um lado ou por outro, a experiência cinematográfica contina “presa” à dimensão espacial, do “lugar”: ela importa pela sua dimensão aberta e móvel (nos gps films) ou fechada e estática (no cinema em salas de exibição). Nos “Location-Based Moving Cinema”, não há o foco proporcionado pelo isolamento do mundo externo, pela sala escura, pela imobilidade da cadeira e pela dimensão da tela. Ao contrário, foca-se no contexto externo, na dispersão, na portatibilidade do dispositivo e no movimento do usuário. Nos GPS Films, locomover-se e prestar atenção ao que está lá fora torna-se parte da experiência: individual, dispersa, contextual, totalmente diferente da experiência no cinema (coletivo, focado, introspectivo).

Nos GPS films, a experiência fílmica se aproxima mais dos jogos pervasivos computacionais que tomam o espaço urbano como um “lugar” a realizar tarefas, a descobrir coisas, como o espaço para o exercício de uma dimensão lúdica performativa. Poderia, como hipótese a ser trabalhada, dizer que a experiência e produção do espaço (processo de espacialização com as novas mídias pós-massivas) nos “location-based moving cinema”, se dão pela intersecção de ficção (o filme) e realidade urbana (o contexto) pelo viés do lúdico e da atenção vigilante em relação aos movimentos.

Affaire à suivre!

Abaixo pequena descrição e um vídeo expondo o projeto.

“As the viewer travels by walking, bus, or taxi, the movie unfolds by passing through different areas. By exploring a park, a neighborhood, or even a city or country, GPS Film continually ‘reads’ the location of the viewer and plays scenes that are tied to those places. The more the viewer travels, the more of the film they see.”


GPSFILM “The Using Of” from GPSFILM on Vimeo.

2 Replies to “GPS FILM”

  1. oi, este trabalho me lembrou um experimento de 'augmented reality' que o bruno vianna, cineasta aqui do rio, apresentou no Arte.mov em BH. uma experiencia de interacão entre imagem pré-gravada com imagem visualisdaa ao vivo, na tela do celular, interação esta detonada pela movimentação do usuário/ espectador no espaço de um parque mineiro. http://paoleb.blogspot.com/2007/12/invisveis.html

  2. Sim Paoleb, conheco o trabalho do Bruno Vianna. Não é a mesma coisa não, embora use localização, O do Bruno é AR, um pouco diferente do gps film…Obrigado pelo comentário,
    Andre

Os comentários estão fechados.