Edmonton Wi-Fi

Edmonton Wi-Fi

Passei metade do meu período canadense em Edmonton e tenho belas lembranças dos amigos da University of Alberta, da família Shields e das incríveis cores e tonalidades do céu. No entanto, a minha experiência com o acesso a internet wireless (hotspots) foi decepcionante. Não pelo números de hotspots encontrados, já que há muitas redes wi-fi em toda a cidade (vejam mapa abaixo), mas pela dificuldade em localizar redes abertas, particulares ou públicas, logo, pela dificuldade em me conectar. Conseguia acessar a internet de alguns poucos cafés que ofereciam acesso de graça (a grande maioria oferece acesso à internet mas pago). No Brasil, além de ainda não termos verdadeiras cidades descplugadas, temos agora a lei de cibercrimes que, se passar mesmo, vai fechar completamente o acesso livre a redes Wi-Fi no nosso país.


Trecho do Mapa dos hotspots em Edmonton, de Brad Haines

Brad Haines, “white hat hacker”, que faz wardriving e mapea as conexões wi-fi abertas e fechadas em Edmonton, mostra essa situação. Fizemos um mapeamento de hotspot, mas enquadrado no projeto Sur-Viv-All em Edmonton, e algo próximo, no Brasil, com o “Wi-Fi Salvador“. Segundo o seu de Haines, há mais de 66 mil hotspots na cidade e 30% deles não tem nehuma proteção, ou seja, estão abertos. Ele é um hacker “do bem” (e não um cracker) e presta consultoria para empresas que querem manter a segurança de suas redes. Ele se limita a fazer o wardriving (e nunca se conecta nas redes abertas encontradas) e chamar a atenção para as redes inseguras. Não vi dicussão sobre acesso livre, talvez por não ser esse um problema em Edmonton ou no Canadá.

Para além dessa quesão, destaco esse trecho da matéria do Globe and Mail “RenderMan to the rescue”, pela questão da imaterialidade, do dimensão de “territórios informacionais” aí representada e pela atividade em si. Para mais informações sobre Haines, veja seu site, o RenderLab.

“(…) Haines understands that his is a strange passion. Most people he knows wouldn’t want to spend hours driving or walking around with a laptop and antenna searching for something that can’t be seen, heard, smelled or touched. When asked to describe the appeal of wardriving, he likens it to bird watching. ‘Some people are big into bird watching, and the biggest moment for them is when they spot a specific bird,’ says Haines. ‘Most people are like, ‘That’s the stupidest sport I’ve ever heard of.’ Some people say the same about wardriving. It makes no sense to some people, but for us, it’s neat.’

In true geek fashion, Haines also compares his hobby to The Matrix, a film built on the premise that our world is nothing more than a computer simulation meant to enslave humans. Only those who have been ‘liberated’ can see ‘the Matrix’ for what it is. Wardrivers, he says, are able to peer beyond what’s visible to the naked eye. ‘You are able to see beyond the real. I’m sitting in my kitchen right now looking at my backyard, but I know that just beyond my perception, the Internet is literally overlapping the physical world. To see something others can’t is kind of a neat thing. (…)”