Pesquisadores quebram código de satélite do GPS europeu :: Estadao.com.br:

10 de julho de 2006 – 16:33

WASHINGTON – Membros do Laboratório do Sistema de Posicionamento Global (GPS) da Universidade Cornell decifraram o assim chamado código de número pseudo-aleatório (PRN) do primeiro satélite de navegação global da Europa, apesar dos esforços para mantê-lo em segredo. Isso significa acesso livre para os consumidores que usam dispositivos de navegação – incluindo receptores portáteis e sistemas instalados em veículos – que precisam dos PRNs para ouvir os satélites.

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O satélite de navegação, o Giove-A, é um protótipo para 30 satélites que irão compor, até 2010, a rede Galileo, um acordo de US$ 4 bilhões entre União Européia, Agência Espacial Européia e investidores privados. O Galileo é a resposta européia ao GPS dos Estados Unidos.

Já que os satélites GPS, que foram colocados em órbita pelo Departamento de Defesa, são financiados pelos contribuintes americanos, o sinal é de graça – os consumidores precisam apenas adquirir um receptor. O Galileo, por outro lado, tem que produzir dinheiro para reembolsar seus investidores – presumivelmente cobrando uma taxa pelo código PRN. Devido ao fato de que o Galileo e o GPS vão dividir algumas larguras de banda de freqüência, a Europa e os Estados Unidos assinaram um acordo pelo qual alguns dos códigos PRN do Galileo devem ser abertos. Porém, depois de lançar seus primeiros sinais em 12 de janeiro de 2006, nenhum dos códigos do Giove-A foi oferecido ao público.

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Com medo de que decifrar o código pudesse ter sido infração de copyright, o grupo de Psiaki consultou o conselho da Universidade Cornell. “Eles nos disseram que abrir o código de conteúdo criativo, como música ou filme, é ilegal, mas aquele utilizado por um sinal de navegação é permitido”, disse Psiaki. Resumindo: os europeus não podem exercer direitos sobre dados do mundo físico, mesmo que esses dados venham de um satélite construído por eles.