Fui convidado para escrever sobre a europa e a crise em setembro desse ano. O pequeno ensaio, finalizado em outubro, acaba de ser publicado no “Kulturreport” do “IFA – Institut für Auslandsbeziehungen und Robert Bosch Stiftung (Hg.)”, número 4/11, com o tema “Europas Kulturelles – Aussen-Beziehungen”. O número completo pode ser acessado aqui. Nesse artigo trato da crise, de suas continuidades (estamos sempre em crise, não é mesmo?) e da particularidade da atual crise européia e sua relação com a cultura digital. O título original era “Die Krise in Europa und die digitale Kultur’, mas os editores mudaram. Aqui a versão em português.
Abaixo um trecho do artigo nas duas línguas.
(…) Die aktuelle Krise ist eine Krise der Kommunikationsmodelle. Und eine Krise dieser Art bewirkt zwangsläufig politische Veränderungen, denn der Übergang aus einer gefestigten, vereinheitlichenden Kultur, die von Konglomeraten aus industrialisierten Medienkonzernen gesteuert wird, hin zu einer informelleren Kultur, die die Herrschaft des interlektuellen Eigentums und der Autorenschaft bedroht, ebenso wie die Zentralisierung und die Kontrolle der Sender, das Monopol des Wissens sowie die wenig kreative jedoch streng hierarchische Arbeit, bleibt selten ohne Konsequenzen. Junge Menschen wollen aus der Krise raus – nicht durch Anpassung an die bestehenden Massenproduktionssysteme, sondern durch Neuerfindung. Manuel Castells zitiert ein Plakat der „Empörten“ in Spanien: „Wir haben keine Krise. Ich will dich einfach nicht mehr. (…)
(…) A crise atual é uma crise de modelos comunicacionais. E uma crise desse tipo engendra inevitavelmente mudanças políticas, já que não é sem consequência a saída de uma cultura massiva, homogeneizante, controlada por conglomerados midiático-industriais para uma mais conversacional, que coloca em cheque os regimes de propriedade intelectual e de autor, a centralização e o controle da emissão, o monopólio do saber, o trabalho pouco criativo e hiper-hierarquizado. Os jovens querem sair dessa crise, não pela sua adequação ao regime massivo-industrial anterior, mas pela reinvenção. Como diz um cartaz dos indignados na Espanha, citado por Manuel Castells: “Não é que estamos em crise. É que já não te quero” (…)
Aproveito para informar que criei um grupo temático no Facebook sobre “Cibercultrura e Teoria Ator-Rede”, para aglutinar informações e interessados nessa temática. Aqui o link para visita e adesões.