Fim do Re:Combo
Um dos grupos mais criativos e interessante sobre cultura livre, arte, reclicagem chega ao fim. Uma pena, mas com certeza a missão foi cumprida e outras virão para os membros do grupo. O Re:Combo, de Recife, divulga para os amigos a seguinte carta:
“No dia 5 de fevereiro, durante a terça-feira de carnaval de 2008, como última ação coletiva, distribuida e organizada, membros do Re:combo espalhados pelo Brasil e pelo mundo, celebraram, cada um ao seu modo, o fim do coletivo.
Desde 2002 o Re:combo comprou algumas boas brigas para repensar
autoria, o papel (e existência) do popstar e as relações com o público nas
instalações audiovisuais. Nesse período demos nome à licença de remix da
Creative Commons, ajudamos a criar uma imagem de desenvolvimento em arte e alta tecnologia fora do eixo Rio-SP, já fomos tema de mestrado e tocamos
colaborativamente e em improviso em eventos que vão do Porto Musical
(numa quase orquestra caótica de 22 pessoas) até o Tangolomango no Rio de
Janeiro (cheio de crianças no palco!)
O que nos leva à uma celebração é a forma de encarar o fim como o
fechamento de um ciclo. No nosso primeiro manifesto publicado na Internet estava escrito: “Cenário ideal do futuro: uma série de re:combos tocando e
fazendo shows em cada cidade do mundo, compartilhando samples e loops
com o único objetivo de fazer e tocar música.” entendemos que o que
temos hoje, com o acelerado aparecimento de ferramentas como o CCMixter e
quetais é esse cenario tornando-se realidade. Além disso, depois da
aceitação pela sociedade do Creative Commons ainda é tão urgente e transgressivo se falar que “O Re:combo abre o conteúdo de suas músicas bem como sua propria identidade para a criação de música criativa, dançante e
transgressiva.”?
Nesse momento acabamos esse ciclo durante uma grande festa, com a
sensação de missão cumprida, com um grande agradecimento aos amigos, e a
certeza de que essa experiência, para quem participou, vai durar pra sempre, seja através da memória do coletivo (que será preservada com um
congelamento do website como está hoje) seja pelos ecos dessas experiências nos grupos que surgiram e se desenvolverão após o fim desse ciclo.”