Realidade Aumentada
Ciclo”Comunicar Tecnologia” começa hoje no Nós da Comunicação com uma entrevista minha tentando explicar os desafios da realidade aumentada.
Abaixo a abertura e as duas primeiras perguntas da entrevista feita pelo João Casotti. Veja a íntegra no link acima.
“CICLO COMUNICAR TECNOLOGIA
André Lemos explica como a realidade aumentada será corriqueira na vida das pessoas
João Casotti
Imagine a cena: você para em frente a um monumento público, tira o celular do bolso, aponta para a obra de arte e, em segundos, tem na tela todas as informações sobre a escultura. Satisfeito com o resultado, aponta o aparelho para o entorno da praça em que se encontra e recebe o endereço de uma loja próxima, onde poderá comprar um livro, de um restaurante para beber um café ou da linha de metrô mais próxima.
A descrição acima é um exemplo prático de realidade aumentada, uma tecnologia que está bem mais próxima de se tornar corriqueira do que imaginamos. É o que conta em detalhes André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Engenheiro, mestre em política, ciência e tecnologia pela Coppe/UFRJ, doutor em sociologia pela Université Paris V, e pós-doutor pelas universidades de Alberta e McGill, no Canadá, ele atualmente coordena um projeto de pesquisa no CNPq sobre cibercidade.
Confira a seguir a entrevista com André Lemos.
Nós da Comunicação – Aos poucos, as pessoas estão falando sobre realidade aumentada. Quando surgiu essa tecnologia e quais fatores fazem dessa ‘novidade’ uma tendência para os próximos anos?
André Lemos – O termo foi proposto, nos anos 90, no treinamento de pilotos de avião da Boieng e só ganhou força agora, com o aumento do processamento da informação e das imagens. É herdeira do desenvolvimento de simuladores e da realidade virtual desde os anos 60. O que acho mais interessante é a possibilidade de ‘interfacear’ informações aos objetos e espaços urbanos, aumentando-os como uma carga de informação, ampliando as formas de uso. Há inúmeros exemplos na publicidade, no marketing, na ciência, na medicina, no turismo ou em navegação pelas cidades. A tendência para os próximos anos é aumentar seu uso tanto corporativo como social, utilizando as possibilidades de indexação de informação como mídia social interativa e participativa, como uma espécie de web 2.0 em interface com o espaço público.
Nós da Comunicação – Já existem campanhas de marketing – como uma que vi da Nextel –, que utilizam a realidade aumentada como recurso. Qual é sua expectativa sobre as possibilidades comerciais dessa tecnologia?
A. L. – Há várias experiências no marketing e na publicidade (carros, salgadinhos, roupas), no campo científico (simulação de objetos, paisagens, sistemas) e no uso de sistemas de navegação pelo espaço urbano, como o Layar, o Mobvis, o Metro Paris, entre outros. Acho que as experiências crescerão muito nos próximos anos, consolidando a ideia de uma ‘internet das coisas’, na qual a informação não estará apenas na rede, no ciberespaço ‘lá em cima’, na ‘matrix’, mas colada aos objetos da vida cotidiana como uma espécie de post it eletrônico, acessível pelos telefones celulares. Estamos vendo agora uma explosão de sistemas para os smartphone, especialmente para o iPhone. (…)”