Última foto tirada com meu antigo celular em Brasília
E hoje esqueci mais uma vez o celular em um carro. A outra vez foi em Brasília e não consegui recuperá-lo, apesar o “find my…”. Agora, em Vitória, deixei o celular no banco traseiro do carro que me levava do hotel ao aeroporto. Chegando ao aeroporto, após o check in, dei conta do meu esquecimento. Liguei para a produção do evento (com a ajuda do W. Cazé, obrigado mais uma vez!, que trabalha no aeroporto) e pedi para que eles localizassem o motorista e o avisassem do problema e, se possível, que ele voltasse para me devolver o objeto. Mas tinha pouco tempo. Liguei para o meu celular, mas o motorista se recusava a atender. Eram 10:05 e eu devia embarcar às 10:35. Continuava a ligar insistentemente para o meu celular para fazer o motorista atender. Nada. As 10:20 uma pessoa da produção me avisa que localizaram o motorista, mas que ele não atende o celular dele…Putz! Liguei mais uma vez para o meu….Nada. A produção me liga de novo (obrigado pela gentileza e atenção do pessoal da Suzy Produções) e a pessoa me diz que falou com o motorista, mas que ele estaria preso em um engarrafamento…O ia tempo passando. Cazé ia conversando com o pessoal da Azul. O avião atrasaria um pouco, mas não muito e que eu não teria mais muito tempo. Já era 10:40 quando consegui fazer com que o motorista atendesse o meu celular. Ele me disse que estava parado no trânsito…me pede para esperar….silêncio….e depois me diz que passou por um acidente e que agora conseguia se locomover. Ele estimava a chegada em 8 minutos…Já estavam chamando para o embarque. Finalmente ele chegou, pego o objeto, peço desculpas e corro para o embarque. Entro aos 48 do segundo tempo…
Conto todo essa história, pois achei uma ironia ter falado ontem da internet das coisas, ter um smartphone de última geração e, apesar de todas as formas possíveis de conexão, depender da simples atenção humana. O objeto estava ali, no banco de trás, conectado à rede da operadora, ao 3G para troca de dados, tocando e nada…desesperado estava ele no banco e eu no aeroporto, mas nada acontecia. Não conseguíamos conversar. Ele não conseguia fazer nada, a não ser vibrar e tocar desesperadamente no banco do carro. Nós, eu e o objeto, dependíamos do motorista, dele decidir ou conseguir atender os telefones (o meu e o dele). Mas não só. Dependíamos também do trânsito, onde coisas impediam que outras coisas se deslocassem, onde o imprevisto pode ser mais um entrave a outros imprevistos (o acidente na rua e o meu esquecimento). Humanos e não humanos envolvidos nos seus imbróglios quotidianos. Ora, as coisas na internet são dependentes também das coisas fora dela. E também de fatores humanos. Aliás não dá para saber onde começa um e termina o outro. Ambos, actantes humanos e não humanos podem nos fazer tropeçar (obiectum, atirado adiante!) e nos fazer cair. Consegui pular essa fogueira. Mas, como me disse meu amigo Wladimir Cazé (@macromundo): seria legal se o celular nos avisasse a cada vez que nos afastássemos mais de 1 metro dele, gritando, por exemplo: “Hei, você vai me deixar aqui?”.
Fica a dica!