Hoje estivemos com a Paula Góes na Facom, em reunião com o GPC e pedi a ela que mostrasse o projeto Eleitor 2010. O projeto visa ser um espaço do eleitor para denúncias as mais diversas sobre a atuação dos políticos, servindo como um observatório dessas eleições. O projeto é idéia da Paula, com apoio da Global Voices e utilização da plataforma Ushahidi para montagem do site. Nele podemos ver um mapeamento das denúncias. O usuário pode navegar por categorias e sua denúncia pode ser feita de forma anônima. A equipe (voluntários e a Paula) está checando a veracidade das denúncias, dando assim credibilidade às informações. Não se trata de um site sobre discussões e opiniões políticas, mas de denúncias baseadas em fatos que podem ser checados, evitando assim a denúncia vazia ou o aproveitamento partidário e eleitoreiro de alguns espertalhões. O site ainda está em sua fase beta mas já parece bem funcional. Há possibilidades de receber informações via SMS ou por email sobre denúncias em sua localidade de interesse. O usuário pode anexar fotos e vídeos comprovando as suas informações. Há relação também com outras redes sociais como Twitter, Orkut, Facebook.
Em recentes tuites, falava sobre uma matéria do The Guardian,” How the Internet really affect the election”, que mostrava o uso da internet em período de eleições. Destaquei a frase que, na minha opinião, expressa bem o que chamei em recente artigo de “nova esfera conversacional“:
“Mainstream media are largely getting it right, and recognising that this is about conversation and not broadcast”
A proposta do eleitor 2010 é não só de fazer ouvir a voz da denúncia dos eleitores, mas também de servir como um observatório que poderá ajudar o trabalho de apuração da informação de outros veículos jornalísticos. Notícias de pequenas e grandes cidades brasileiras podem se fazer ouvir a partir dessa plataforma e chamar a atenção para as mazelas da nossa cultura política. Há denúncias de candidatos trocando saco de cimento por voto, usando a máquina pública, doando presentes em programas de televisão…Nada de novo na nossa pobre democracia. O projeto vale pela possibilidade de franquear a palavra, promover a conversação pública e servir como um instrumento visibilidade da voz dos eleitores de todos os cantos do país. Ele acaba sendo, também, um site de mapeamento participativo (ver meus últimos posts) onde podemos, com um rápido olhar, ver o quadro de denúncias pelo Brasil e compreender melhor o lugar onde habitamos.
O projeto é feito por voluntários, não há busca de lucro e nenhuma relação com partidos políticos.
Participem, divulguem, visitem o Eleitor 2010.
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