Este mês de maio estou envolvido em uma série de cursos, palestras e conferências sobre temas diversos.
Semana passada, de 3 a 7 de maio, ministrei um curso para alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da ECO-UFRJ sobre as teorias das “Materialidades da Comunicação e Ator-Rede aplicadas ao estudo das mídias locativas. Estou desenvolvendo um projeto de pesquisa, da qual essa disciplina faz parte, para compreender as mídias de geolocalização a partir dessas teorias-métodos. Esse é o tema do meu artigo que será apresentado na próxima Compós, em junho na PUC-RJ. Resumo:
Visão da Biblioteca Nacional, no Rio, por dentro (obrigado Muniz e Raquel!)
“As mídias locativas colocam em marcha processos infocomunicacionais que utilizam serviços e tecnologias baseados em localização. Elas estão em expansão no Brasil e no mundo, caracterizando a fase da atual internet of things onde a informação é sensível a lugares e objetos. Propomos uma abordagem teórico-metodológica para análise do processo de espacialização a partir das teorias da “Materialidade da Comunicação” (Materiality of Communication) e do “Ator-Rede” (Actor-Network Theory). Partimos da proposição de que as mídias locativas desenvolvem modos de mediação locativos: escrita, escuta, visibilidade, sociabilidade, acesso e lúdico.”
Amanhã, dia 11 de maio, farei uma palestra sobre o “Futuro da Internet. Em direção a uma ciberdemocracia planetária”, no evento Ciber.Comunica, da Universidade Jorge Amado aqui em Salvador. Haverá, após a palestra, o lançamento do livro homonimo, escrito por mim e pelo filósofo frances Pierre Lévy. Abaixo uma síntese do prefácio:
“A cibercultura evoca sempre um pensamento sobre o futuro. Sonhos e pesadelos estão associados ao desenvolvimento tecnológico e não poderia ser diferente com as novas tecnologias digitais. Volta o velho sonho de um mundo da comunicação livre, sem entraves, democrático, global. Este imaginário sempre retorna com o surgimento de redes técnicas, sejam elas de informação, comunicação ou de transportes. Foi assim com o telégrafo e a estrada de ferro; com o rádio, o telefone, os navios e as autoestradas; com a TV, os aviões, a viagem à Lua e a Internet. O desenvolvimento técnico nos coloca na vertigem do futuro e na urgência do presente, criando utopias e distopias que podemos apreender pelos discursos publicitários, acadêmicos, jornalísticos ou artísticos. Devemos diagnosticar o presente e tencioná-lo com o passado para pensar o futuro. Este livro é o exercício de uma utopia para pensar a ciberdemocracia. Mas só podemos fazer isso olhando com atenção e sem preconceitos para a cibercultura do presente.”
Na quarta, dia 12 de maio, participo de uma mesa sobre “Cultura da Visualização”, no Seminário “Arte Contemporânea Pós Mídias Digitais“, em comemoração aos 5 anos do Oi Futuro, no Rio. Vou falar sobre “Realidade Aumentada. Novas narrativas do Espaço Urbano?” às 14h junto com o Cícero Silva. Abaixo a hipótese que tentarei defender:
“O objetivo dessa conferência é explorar o desenvolvimento da tecnologia da realidade aumentada a fim de mostrar a virada espacial na cibercultura com o advento de dispositivos móveis e portáteis. Duas hipóteses serão sustentadas aqui: 1. A tecnologia de realidade aumentada é um evolução dos sistemas de interface homem-mundo emergentes com a sociedade de informação e essa evolução aponta para uma ênfase na espacialização de informação em interface com o mundo “real”; 2. Essa nova espacialização se dá através de uma narrativa que cria um sentido de realidade “aumentado”, mas que na realidade, como toda construção, pode ser uma redução de suas possibilidades pela ilusão da transparência. Pode se tratar de fato de uma “redução” da realidade.”