Janelas lusitanas não me enganam, não cedo a sua sedução…pego minha espada e espero o aparecimento do dragão…é plena lua e consigo ver um pouco da fumaça da sua narina exilada. Mas ele se nega a lutar…e fico como um imbecil com a espada na mão.
Janelas lusitanas não me enganam, a vida continua hesitante, feliz pela sorte e infeliz pela impossibilidade de fazer como quase todos os outros…ah essa diferença indeferenciada insuportável, esse corpo imbecil, essa alegrias egóicas e nem tão pouco heróicas…fuck the heros!!!
Janelas lusitanas não me enganam, não impedem as lágrimas da solidão, nem tampouco aquelas da alegria histérica, não limpam o caminho para a pressa inacabada, nao extirpam a pressa dos que não têm caminho…
As janelas não fazem nada, a não ser me mostrar que lá fora não encontro o que há por dentro, e que por dentro nunca vou ver o lá fora. As janelas não existem, são transparências e transparentes ao mundo, limte e ilimitabilidade do nada
(Lisboa, outono)
As janelas me enganam!