Muito boa a matéria sobre a minha fala no evento Cidades. Futuros Possíveis, no Rio. Reproduzo abaixo parte da matéria de Isabela Fraga. Vejam na íntegra aqui.
(foto: José Eduardo Pachá – CC BY-NC-ND 2.0)
Esse conceito de cidade oculta é defendido pelo sociólogo André Lemos, coordenador do grupo de pesquisa Cibercidades, na Universidade Federal da Bahia (UFBa). Na semana passada, Lemos apresentou o Invisible Cities e outros projetos similares em seminário realizado na Casa da Ciência, no Rio de Janeiro.
Para André Lemos, são nossas ‘pequenas assinaturas’ – como as que deixamos num parquinho onde brincamos durante a infância – que dão sentido a certas partes da cidade (foto: Kênia Castro – CC BY-NC-ND 2.0)
Sua tese: perspectivas generalizantes ou muito abrangentes a respeito das cidades tornam-nas invisíveis.
Dizer, por exemplo, que o Rio de Janeiro é a cidade ‘maravilhosa’ insere confortavelmente seu habitante num imaginário partilhado, ao mesmo tempo em que oculta suas articulações numa ‘visibilidade genérica’.
“As cidades só fazem sentido a partir de pequenas assinaturas que imprimimos em suas ruas”, explica Lemos. “Não há cidades, há lugares”. Em outras palavras: é na rua em que moramos, no prédio onde estudamos ou no parquinho no qual brincamos durante a infância que o espaço urbano ganha sentido para nós, seus habitantes.
Assim, os clichês – como dizer que Salvador é uma cidade ‘alegre’ – são vazios de significado e escondem essas camadas mais simbólicas. Para Lemos, essas camadas são também responsáveis pelos futuros potenciais dessas cidades.