Do Cosmópolis de Don DeLillo (Cia das Letras, 2003):
“Abaixo da faixa de dados havia números fixos que assinalavam as horas nas principais capitais do mundo. Ele sabia o que ela estava pensando. Não importa que a velocidade torne difícil acompanhar o que passa diante da vista. A velocidade é que é a questão. Não importa que os dados estejam rápida e incessantemente se dissolvendo numa extremidade da série no momento exato em que ganham forma na outra. Isso é que é a questão, o sentido, o futuro. O que estamos testemunhando não é tanto o fluxo de informações quanto o espetáculo puro, a informação sacralizada, tornada ritualmente ilegível. Os pequenos monitores do escritório, do lar e do automóvel se transformam numa espécie de idolatria, em torno da qual as multidoões se reúnem, atônitas.”(p.82)