Inclusão, Wireless City, Mesh e Open Spectrum
Ainda sobre o evento de ontem gostaria de destacar os conceitos principais das falas dos palestrantes. Algumas idéias e conceitos apareceram ontem: emancipação digital, nuvem de conexão, redes mesh e educação aberta. Vou abordar rapidamente podendo não ser muito fiel aos autores.
Gilson Schwartz destacou que o tema “inclusão digital”, por seu viés tecnocrático, deveria ser pensado e substituído pelo conceito de “emancipação”, algo que politizaria a tecnologia ao invés de tecnologizar a política. Shwartz insistiu também na “iconomie”, uma economia que leve em conta as representações icônicas do atual capitalismo.
Sérgio Amadeu, foi enfático e defendeu os processos abertas, a luta contra as desigualdades sociais que acarretam desigualdades no uso e nas oportunidades abertas pela rede e, principalmente, da necessidade adotarmos, politicamente, tecnologias, softwares e redes abertas (que é uma questão mais de modelos de negócio do que de desenvolvimento tecnológico). Ele mostrou que a saída é a produção de conteúdo, de redes mesh e da transformação do computador em uma “antena” que permita o compartilhamento de banda e de dados. Mostro no fim desse post alguns sites mostrados para ilustrar.
Nelson Pretto mostrou a falência da criação de metodologias inovadoras que possam destacar um uso mais criativo, aberto e político das novas tecnologias. Pretto destacou a necessidade de uma educação mais aberta para o entendimento do uso das tecnologias pelos jovens e da urgente necessidade de desconstruir telecentros como “salas de aula”. Por fim ele concluiu dizendo que essa questão é mais complexa do que o mero aprendizado de uma técnica e que o debate deve insistir na (re) construção da cidadania plena.
Abaixo repasso alguns links (uns já bastante conhecidos) mostrados ontem pelo Sérgio Amadeu em relação a redes sem fio abertas em cidades, a construção de redes mesh e do debates sobre a abertura do espectro de rádio.
Guadawireless e Buenos Aires Libre, redes sem fio livres das cidades de Guadalajara no México e Buenos Aires, Argentina.
O site Open Mesh Net, site para suporte e projetos de construção de redes mesh livres: “This page shall become a platform for projects, knowledge, and experience related to free and open mesh networks. We want to provide informations and services covering everything in the range of technical to social aspects and visions to real-live examples.”
No mesmo espírito temos os sites Open Moko, para produção de softwares e conteúdos livres para liberar os telefones celulares. “Here, developers and end users alike, can learn about and contribute to building the platform designed to “Free Your Phone”; e o Open Spectrum.Info que abre o debate sobre a liberalização das ondas de rádio com o advento das tecnologias digitais e da necessidade de o espectro público: “Open Spectrum” is based on the realization that technology can reduce or even eliminate the need for governments to micro-manage wireless communication. In different contexts it can be viewed as: an ideal of freedom in the use of radio frequencies; a critique of traditional spectrum management; a possibility arising from new trends in radio design.”