E desde o dia 31 estava no Rio e depois em Niterói. É sempre bom ir no Rio e mais ainda perto do aniversário e ficando em Hotel (na Glória) próximo de onde passei toda a minha infância e pré-adolescência. Sentir o cheiro dos jardins do palácio do Catete me remeteu a outro tempo, como Proust na busca do tempo perdido.
Não buscava nada e fui arrebatado pelo cheiro de mato, impossível de descrever, que me levou aos meus colegas do Zaccarias, ao futebol e andadas de bicicleta na “cidadezinha” que tinha um avião estacionado e onde brincávamos de piloto, ao Serra da Estrela, meu prédio da Silveira Martins, aos meus amigos e amigas que moravam na praia do Flamengo e na Glória voltaram como fantasmas sem nenhuma possibilidade de materialização. Me lembrei do Landinho (Dulcilando) e do Marcio, seu irmão, e de uma amiga, a Áurea. Não tenho mais nenhum contato com eles.
Estava no Rio para o encontro da COMPÓS. Era essa a pauta única da viagem. Agora, voltando, dia 5, leve e com o sentimento de dever cumprido (fim do meu mandato de dois anos como presidente).
No dia do meu aniversário, uma festa que não era para mim, mas ficou sendo.
Russel Banks em Continentes à Deriva: “il faut croire à une chose avant de pouvoir la comprendre”.