Bom livro “A viagem vertical” (Cosac & Naif 2004) do espanhol Enrique Vila-Matas. Mostra as reviravoltas da vida de um senhor de 70 anos que é expulso de casa pela mulher que “quer saber quem é”.
Essa epígrafe de William Carlos Williams, abre o capítulo chamado Porto Metafísico:
“A descida seduz/ como seduz a subida./ Nunca
a derrota é só derrota, pois/ o mundo que ela abre é
sempre uma parada/ antes/ insuspeitada.”
O livro flutua entre vida e morte:
“ao pensar tantas coisas, Mayol oscilava entre duas realidades contrapostas: o desespero e a alegria. Sabia que era mortal e isso, somado à injusta atitude de sua mulher, lhe causava desespero. Mas por outro lado, sabia que triunfaria sobre a morte, porque poderia perfeitamente já estar morto e no entanto vivia, o que lhe alegrava e o levava até a inventar para si uma Dulcinéia”.